Camila Morgado define sua Gabriela da novela "Malhação: Vidas Brasileiras" como uma professora sem freio na relação aberta que possui com seus alunos. "Ela não tem muito limites. Ela é um ser completamente falível. Ela erra muito, mas ela tenta modificar, entender o que está acontecendo com aquele aluno", diz ao Purepeople. Em sua nova temporada, a trama adolescente terá 17 protagonistas e histórias se encerrando a cada 15 capítulos.
Segundo a atriz, sua personagem, no entanto, acaba aprendendo com suas falhas. "Ela entende os erros que comete, mas ela vai descobrindo esses limites. O que eu acho normal porque o professor lida com muitas coisas, uma posição que é muito delicada", afirma. E Camila destaca os vários papeis que um educador exerce na escola. "Ele é às vezes é um professor, mas pode ser quase psicólogo, às vezes assistente social... Essas barreiras ficam muito próximas. Então é um aprendizado, aqui você não pode passar. Isso é normal, faz parte, a Gabriela não muda nesse sentido. Isso também é assim", conta ela, que usou look despojado no lançamento da trama.
Para Camila, que negou ter vetado Bianca Andrade na novela, sua personagem marca a vida dos seus alunos de forma positiva. "Eles vão provavelmente se lembrar dela mais tarde. É muito focada na vida dos alunos, como eles estão se comportando, como está o meio em que eles estão vivendo, se estão apresentando algum problema. Ela é muito focada no que ela faz", define. E por essa dedicação, Gabriela quase não arruma tempo para o marido e três filhos. "Vive sempre sem tempo, dividida, no que vai dar conta. Ela tem a vida igual, atarefada de todas as mulheres", conta. E como laboratório, procurou várias professoras. "Mas não me inspirei em ninguém especificamente", pondera.
O seu novo papel na TV após "A Lei do Amor", novela na qual cometeu gafe com celular, tem lhe trazido ensinamentos. "Através da personagem tenho aprendido a comunicação com os jovens. Eles são muito agregadores", elogia. "Falar com esse público e trabalhar com eles é algo que eu quero aprender porque eu não tenho isso, não tenho acesso. Acho que é bom para a carreira de um ator porque você amplia mais", opina. E a atriz garante que nunca pensou ter seguido o magistério. "Não, eu não teria talento pra isso. Já pensei em ser médica, pensei em outras profissões, mas o professor, não. Nunca pensei", diz. "Eu admiro muito a profissão, seria uma boa ouvinte, uma talvez, aluna, mas nunca pensei estar nessa função, não teria vocação", assegura.
Na história, a personagem se reencontra com um amor de adolescência, Rafael, vivido por Carmo Dalla Vecchia. "Ela tem uma família tão estruturada, tão linda e esse amor do passado também já foi tão forte, que eu não sei o que vai acontecer e a autora não me conta", diz. E Camila comemora não ter enfrentado isso na vida real. "Ainda bem que eu nunca vivi uma situação como essa. Não, não. Nem quero", frisa. Além do lado invasivo, a professora da doce e brava Maria Alice (Alice Milagres) tem um lado divertido. "Sim, ela é cômica. Isso foi uma coisa que a gente pensou, eu pedi, para dar essa leveza, ter um frescor. Ser uma professora 'jovem', que é atrapalhada um pouco, quando ela encontra esse amor do passado ela fica tão nervosa, que se atrapalha...", explica. "Ela fala de assuntos tão sérios, como educação inclusiva, trazer uma ONG para dentro de uma escola... Então para não ficar tudo muito sério, eu quis deixá-la leve na escola, na família, com esse amor do passado e eu acho que vai ficar, tomara! Acho que é uma característica boa", finaliza.
(Com apuração de Helena Marques e texto de Guilherme Guidorizzi)