[ALERTA: o texto a seguir contém relatos fortes e pode causar gatilhos para vítimas ou pessoas sensíveis a assuntos relacionados a abuso sexual]
Chegou ao fim, nesta quarta-feira (07), o julgamento de Daniel Alves no Tribunal Provincial de Barcelona. O ex-jogador está preso há um ano, acusado de estuprar uma mulher em uma boate da cidade espanhola. Mas, afinal, quando sairá o resultado que define o destino do atleta?
Não existe prazo definido para que saia a sentença de Daniel. A imprensa espanhola acredita que o resultado deve ser divulgado entre 20 dias e 1 mês. Caso seja condenado, ele pode pegar até 12 anos de prisão, pena máxima para este crime na Espanha e o desejo da acusação. A promotoria, antes do julgamento, havia pedido 9 anos. O jogador permanece preso preventivamente durante este período.
Segundo informações do Globo Esporte, a defesa do jogador quer absolvição, mas em caso de condenação, planeja aplicar uma série de atenuantes para diminuir a pena, como a embriaguez, apontada por praticamente todas as testemunhas, reparação de dano (com pagamento de 150 mil euros) e violação do direito fundamental do acusado, sob alegação de que houve uma investigação inicial sem conhecimento do atleta. Ainda cabe recurso em segunda instância.
Em depoimento durante o julgamento, Daniel afirma que bebeu cinco garrafas de vinho e uma garrafa de uísque japonês junto de três amigos; três destas garrafas ele diz que bebeu quase sozinho.
Daniel conta que, na madrugada, estava dançando com duas mulheres, quando mais três - entre elas, a denunciante - chegaram. O brasileiro diz que os dois dançaram de forma sexualizada e ela tocou suas partes íntimas.
Daniel voltou a afirmar que o sexo foi consensual e que a moça "em momento algum pediu para parar" ou demonstrou desinteresse. "Fomos para o banheiro, ela começou a fazer sexo oral em mim. Depois, sentou em minhas pernas e eu tirei [o pênis] para ejacular", relata.
O atleta, no entanto, admite que mentiu na primeira versão, quando disse que sequer conhecia a moça, porque não queria que a esposa soubesse.
A promotora do caso defendeu a veracidade do depoimento da vítima e destacou que ela nunca mudou a versão, ao contrário de Daniel. Ela ainda reforça que a descrição que a moça dá dos eventos daquela madrugada batem com os indícios colhidos pela investigação.
Segundo o relato da promotora, a moça conta que foi penetrada de frente e por trás por Daniel e que ele ejaculou dentro e fora dela. A jovem ainda teria sido agredida com tapas no rosto, enquanto o jogador a chamava de "minha putinha".
Nesta quarta-feira (07), médicos que atuaram no caso também prestaram depoimento e confirmaram que foi encontrado DNA de Daniel em material coletado dentro do corpo da moça. Segundo fontes da imprensa espanhola, os exames comprovam que havia resto do sêmen do jogador.
Os médicos também relataram que a denunciante tem sofrido com estresse pós-traumático. Além de distúrbio de sono, ela entra em pânico quando escuta alguém falar português. "Quando ela ouvia alguém falar português, ficava muito nervosa", disse um forense.