[ALERTA: o texto a seguir pode conter gatilhos para vítimas ou pessoas sensíveis a assuntos relacionados a abuso sexual]
O segundo dia do julgamento de Daniel Alves foi marcado pelos depoimentos de funcionários da boate Sutton, onde o jogador teria estuprado uma mulher de 23 anos no banheiro, na madrugada do dia 30 de dezembro de 2022. Ao todo, 22 pessoas devem ser ouvidas nesta terça-feira (06).
Um dos sócios da boate, Robert Massanet, testemunhou contra o atleta, a quem se referiu como um "cliente habitual". Ele também descreveu o momento em que encontrou a vítima aos prantos. "Naquela noite, o vi algumas vezes, até me deparar com uma garota chorando. Foi muito difícil para ela explicar o que havia acontecido. Fomos com ela até uma área mais tranquila, sem música, para que pudesse explicar", conta.
Robert conta que a vítima relata ter entrado no banheiro de forma voluntária, mas foi impedida de sair quando tentou escapar. "Perguntei se havia acontecido algo mais grave, e ela disse que sim. Perguntei se havia tido penetração e ela disse que sim. Ela queria ir embora para casa, mas eu insisti que ela precisava ficar para que ativássemos o protocolo. Ela só repetia que ninguém acreditaria nela", descreve.
O gerente da boate conta que Daniel estava bêbado. "Havia bebido ou fumado algo", diz ele. Outro auxiliar do estabelecimento disse ter encontrado a vítima "muito nervosa e chorando muito".
Nesta terça-feira (06), Joana Sanz, última mulher do craque, também prestou seu depoimento. A modelo, que ainda não se divorciou legalmente do jogador, relatou a situação de embriaguez em que ele se encontrava.
"Ele voltou para casa muito bêbado, cheirando a álcool. Trombou com o armário e desabou na cama", diz Joana. A modelo conta que preferiu evitar qualquer diálogo com ele naquele estado. "Não valia a pena falar com ele daquele jeito, era melhor fazer isso no dia seguinte", conta a moça.
Amigo de Daniel que o acompanhava na noite do caso, Bruno Brasil também alegou que o jogador estava embriagado. "Ele bebeu bastante. Uma garrafa de vinho, dois copos de whisky e quatro de gin tônica. Foi o que mais bebeu", comenta. Ulises, outro amigo presente na ocasião, disse que eles beberam de 14h30 até 1h da manhã.
Vale lembrar que, segundo fontes da imprensa espanhola, a defesa de Daniel deve usar a suposta embriaguez como estratégia para tentar um atenuante de pena caso haja condenação.