O nome de Érika de Souza ganhou projeção nacional por causa do tio, Paulo, idoso que foi levado por ela, já morto, a um banco para fazer um empréstimo. O caso aconteceu em meados de abril de 2024, quando funcionários da agência de Bangu do banco Itaú perceberam que o idoso não respondia aos chamados nem deles e nem da sobrinha que segurava sua cabeça e sua mão, com uma caneta para a assinatura do empréstimo.
Em entrevista ao "Fantástico" deste domingo (05), Érika contou que foi ao banco a pedido de Paulo, que antes de ficar debilitado e precisar de uma cadeira de rodas para se locomover, "era independente, andava, tinha uma cabeça boa". Ela explicou ainda que, com o dinheiro, R$ 17 mil, a intenção do tio era fazer uma reforma na casa onde moravam.
Contrariando as investigações que afirmam que Paulo Roberto Braga já chegou morto ao banco, Érika afirmou durante toda a entrevista que foi Paulo quem pediu para ir ao local e que estava vivo durante todo o trajeto.
"Ele me pediu para sair de casa. Eu segurei a cabeça dele porque eu perguntei se ele preferia assim e ele disse que sim", descreveu a chegada dos dois ao banco, registrada por câmeras de segurança.
Segundo Érika, em nenhum momento ela percebeu que o tio tinha morrido. "Nem eu e nem muita gente percebeu que ele faleceu. Porque como você dá um papel pra um morto assinar? Se elas [funcionárias do banco] tivessem percebido algo, elas não teriam dado", opinou.
"Eu só percebi que ele tinha morrido quando o rapaz do Samu falou", garantiu, citando o serviço de emergência, acionado pelos funcionários do banco ao perceberem que Paulo não respondia aos chamados.
Denunciada pelo Ministério Público por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, Érika de Souza chegou a ficar presa por 16 dias, mas agora responde às acusações em liberdade. Além disso, Érika ainda está sendo investigada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Durante a entrevista, a sobrinha de Paulo Roberto chorou e afirmou que não quer ser vista como "um monstro", como vem sendo taxada. "Eu não sou a pessoa que estão falando que eu sou. Eu não sou esse monstro", disse, aos prantos.