O caso da mulher que levou um homem morto em uma cadeira de rodas para assinar um documento no banco viralizou nas redes sociais. O vídeo do momento repercutiu no Brasil e no mundo, deixando todos chocados com o crime bizarro. A polícia está investigando o que aconteceu, enquanto a defesa da mulher afirma que, na verdade, o homem teria morrido quando estava dentro do estabelecimento. Veja tudo que já se sabe sobre o caso do 'Tio Paulo'.
Tudo aconteceu nesta terça (16) na agência do banco Itaú que fica na Avenida Cônego de Vasconcelos 64, em Bangu, bairro do Rio de Janeiro. Erika foi com Paulo até o local usando um carro de aplicativo. O veículo deixou os dois no no estacionamento do Real Shopping, a 2 quarteirões do banco, já que a agência fica localizada em uma rua onde não passa carros. O trajeto do estacionamento até o Itaú é de cerca de 10 minutos.
Às 13h02 Paulo é visto sendo empurrado por Erika em uma cadeira de rodas. Os dois estavam saindo do elevador do Real Shopping. No vídeo, ele aparece com a cabeça tombada. Erika e Paulo seguiram para o banco Itaú. Às 14h01, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por funcionários da agência, chegando ao local 10 minutos depois, às 14h11. Às 15h20, a Polícia Militar foi chamada. Os policiais que chegaram ao local afirmam que a morte de Paulo havia sido confirmada por um médico do Samu.
O vídeo dentro da agência mostra Erika tentando fazer Paulo assinar um documento. Trata-se de uma ordem de pagamento de R$ 17 mil, algo necessário para sacar o dinheiro. O seguro era direito de Paulo e Erika informou para a polícia que ele queria usar o montante para comprar uma televisão e fazer uma reforma na casa.
Porém, quando viram Erika e Paulo no banco, os atendentes do local estranharam a cena. Eles começaram a notar que havia algo de errado com o idoso, filmaram o que estava acontecendo e chamaram o Samu. Uma bancária disse: "Ele não está bem, não. A corzinha não tá ficando...".
Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo já estava morto. "As pessoas do banco acharam que ele estivesse doente, passando mal, e chamaram o Samu. O médico do Samu, ao chegar no local, constatou que ele estava em óbito. E aparentemente, há algumas horas. Ou seja, ele já chegou morto ao banco", afirmou o delegado Fábio Luiz.
Até agora, não se sabe exatamente quando Paulo morreu. O que se sabe é que, segundo os médicos do Samu, Paulo estava morto no guichê do banco. A autópsia do IML, que ainda não foi concluída, é que dirá qual foi a hora e a causa da morte de Paulo.
Erika de Souza foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. A defesa dela afirma que Paulo morreu enquanto estava no banco, e não antes. Para a polícia, Erika disse que Paulo estava "consciente, embora debilitado" antes de chegar ao banco e que apenas percebeu que ele "parou de responder" no momento em que recebeu o atendimento no banco.
A advogada de Erika, Ana Carla de Souza Correa, também afirmou que Paulo passou mal no banco. "O senhor Paulo chegou à unidade bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno também serão ouvidas. Ele começou a passar mal, e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Erika", disse.
A polícia não acredita que Paulo tenha morrido no banco por conta de alguns detalhes fisiológicos e certos sinais encontrados em seu corpo. A Polícia Civil explica que, quando uma pessoa morre, o seu sangue acaba se acumulando em certas partes do corpo após parar de circular. Esses livores cadavéricos (nome dado a esse fenômeno) foram encontrados na nuca de Paulo.
De acordo com o delegado Fábio Luiz Souza, isso é um indício de que ele teria morrido enquanto estava deitado. Na agência, ele estava sentado na cadeira de rodas. Se o homem tivesse morrido sentado, esses livores cadavéricos estariam acumulados na região das pernas de Paulo. A perícia inicial realizada nele não encontrou nenhuma mancha na região que pudesse indicar isso.