Além de mostrar falta de arrependimento por ter matado os pais e a irmã, o adolescente de 16 anos apresentava tranquilidade quando ficou frente a frente com a polícia. O rapaz cometeu o triplo homicídio no último dia 17 e ficou mais de 48 horas convivendo com os cadáveres até acionar a PM na noite do domingo (19), confessando os assassinatos.
O menor manteve sua rotina com idas à academia e padaria e como forma de despistar chegou a se passar pelo pai em aplicativo de mensagens. "O estado anímico dele, quando foi efetivamente entrevistado, num primeiro momento, ele estava tranquilo. Então, ele acabou confessando o que houve", relatou o delegado Roberto Afonso, ao "g1".
"O remorso é uma questão bastante difícil de a gente estabelecer aqui. É difícil a gente imaginar que você matou os pais e teve tranquilidade para poder falar sobre isso aí. É um caso que sempre choca", prosseguiu a respeito do adolescente, cuja identidade segue em sigilo.
Foram mortos Isac Tavares Santos, de 57 anos e que era guarda municipal (foi com sua arma que o menor eliminou a família), Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e Letícia Gomes Santos, de 16 anos (com quem o rapaz admitiu não ter problema algum). Afonso afirmou ainda que o jovem deverá passar por um exame.
"É preciso fazer um exame de rigidez mental? Sem dúvida. Para saber se o garoto estava em sã consciência porque nós também utilizamos o critério biológico para o menor de idade. Então, é um critério para política criminal", explicou, acrescentando: "Leva-se em consideração o momento mental do adolescente, isso tudo tem que ser analisado, sem dúvida, com muita seriedade. O Ministério Público fará isso e vamos aguardar o laudo".
"Não tem a necessidade de esperar os três anos de internação dele na Fundação Casa. Pode-se fazer o quanto antes, para saber o que podemos estipular com relação à penalização ou não de um adolescente que sofre de alguma coisa", concluiu.