Carolina Ferraz foi homenageada na terceira edição do prêmio "Troféu Mulher Observadora", no Teatro Eva Herz, no Recife, em Pernambuco, na noite desta terça-feira (15). Durante a premiação promovida pela revista digital Observatório Feminino, a atriz, que voltará às novelas no elenco de "Haja coração", falou do seu personagem no filme "A Glória e a Graça", no qual interpreta uma travesti.
"Quando pensei nesse personagem, eu decidi que queria fazer um ser humano. Uma pessoa. Sem trejeitos e exageros. Sei que, por isso, vão gostar do meu trabalho ou vão acabar comigo, e eu estou sempre esperando o pior. Nunca nada foi fácil pra mim. A gente não tem mesmo uma cultura de ser generosos e de elogiar os outros", disse sobre o longa.
Para conversar sobre a idade - 47 anos recém completados - Carolina usou o bom humor: "Eu não vou ficar a vida inteira um broto. Mas sei que sou considerada uma mulher que envelheceu direitinho. Eu me cuido, eu como direitinho. Eu faço ginástica, cuido da pele, sou mulherzinha mesmo. Mas não sou freak. Não sou ligth. Quem vê o programa (Receitas da Carolina, no GNT) sabe. Eu não gosto de doce. E eu não bebia até os 37. Comecei a beber há dez anos. Parei de fumar há anos. Isso tudo deve ter ajudado, né?".
"A verdade é que hoje faço o exercício de bom humor. Mas nada é como era antes. Eu rio o dia inteiro. Mas nunca pus preenchimento. Podia estar cheia de ruga. Era para ser uma uva passa pelo tamanho da minha boca. Mas eu também tenho sorte. Vejo cada menininha novinha cheia de coisas na cara. Mas eu não posso mexer no rosto e ficar sem expressão. Eu não tenho a habilidade da Glória Pires para dizer tudo com o olhar. Eu mexo, eu rio, sou bem 'italianona'", afirmou.
Atriz engravidou pensando na vontade do marido de ser pai
Casada com Marcelo Marins, Carolina decidiu travar uma verdadeira batalha para ser novamente mãe depois dos 40. "Eu tomei muito hormônio dessa vez. Fiz um tratamento barra pesada. Quando você casa com um cara que não teve filhos, você tem que embarcar nessa e se colocar no lugar dele. Então eu engravidei e perdi. Aí decidi 'Vamos usar a tecnologia ao nosso favor'. Fui viajar, depois comecei o tratamento que estimula a ovulação. E posso dizer que tive depressão quando eu engravidei. Eu fiquei numa agressividade... Eu estava insuportável, ligava para o médico e chorava dizendo 'eu estou mal. Eu era uma pessoa feliz'. O dia em que eu parei de tomar hormônio, tudo voltou ao normal. Tentamos engravidar de gêmeos mas não conseguimos. Não queria outra filha criada como filho único. Agora já foi... Não vai mais acontecer. Eu já sou meio uma mãe avó. Tenho uma permissividade com a Isabel que eu não tive com a Valentina. Mas foi a melhor coisa engravidar de novo. Alegria mais profunda. É uma delícia ter uma bebê em casa a essa altura. Fofa, sorridente, bonitinha e gorda. Tudo bom", contou.
Carolina conta que deu à luz Isabel através de uma cesárea
"Eu já fiz parto normal e cesariana. Dei à luz com 25 anos a primeira vez e foi ótimo. Falo isso para qualquer grávida: 'Se tiver na dúvida, vai para o parto normal, para matar no peito'. Cesárea eu achei a pior coisa do planeta. Saí da sala de parto e eu estava grávida ainda. Dizendo 'Gente, não sei o que aconteceu, mas tá tudo errado'. Eu bem gostaria de ter tido parto normal na segunda vez, mas não pude, tentei e não consegui. Vivi as duas coisas. Em todos os aspectos é pior a cesárea. É bom que se fale desses lados da maternidade".
(Por Patrícia Dias)