O Carnaval de 2022 em São Paulo está cada vez mais distante da realidade. Após o prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), afirmar que não vê necessidade de cancelar a festa por agora, blocos de rua se mostraram preocupados e optaram por vetar o próprio desfile.
No último dia 23, mais 28 cortejos voltaram atrás na decisão de desfilar, mesmo já tendo autorização da prefeitura, e avisaram que não vão colocar os cortejos nas ruas. Os principais são os dos artistas Gloria Groove, que comanda o Bloco das Gloriosas; o do ator e cantor Tiago Abravanel, que lidera o Bloco do Abrava, e o da produtora Kondzilla, que organiza o Bloco do Kondzilla e o Bloco do Piruka/ Kondzilla.
Além desses, outros 24 também mudaram de ideia. São eles: Afoxé Filhos de Gandhy S, Arena Folia, Banda Mon Amour, Bloco Carnavalesco Bufalos de Vila Prudente, Bloco da Ose, Bloco de Rua Vem Ku Nóis Ó, Bloco do Fubá, Bloco Filhas da Lua, Bloco Te Amo Mas Só Como Amigo, Bloco TT, Carnafluxo, Carna-Grime, Cobra Criada, Conselho do Samba, Fresquinhas, KiaMor de Carnaval, O Baile, Pipoca da Rainha, Tarsilas & Andrades e Vra Power
Vale lembrar que, até agora, artistas baianos são os que mais vêm aumentando a lista de desistência. Léo Santana, Bell Marques e Daniela Mercury já avisaram que desistiram da folia. Essa última, aliás, já tinha comunicado ao público que o tradicional "Pipoca da Rainha", que costuma arrastar multidões em São Paulo, só vai sair de casa em 2023. Esse foi um dos 28 nomes a deixarem a lista antes do Natal.
Preta Gil, outro grande nome do Carnaval, também avisou que não ia desfilar. O "Bloco da Preta", embora seja mais conhecido no Rio de Janeiro, também tem o histórico de reunir milhares de pessoas na capital paulista.
Embora não tenham dado mais detalhes sobre os motivos que os levaram a cancelar os próprios desfiles, é possível que os blocos e cortejos tenham desistido da festa por causa da combinação da ômicron, nova variante de Covid-19 que tem gerado preocupação, e a epidemia de gripe na cidade.
Dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que 23% das internações no município são de pessoas com a influenza. O número ultrapassa os casos de Covid em São Paulo.