O Carnaval de 2022, ao que parece, ainda está longe de ser uma certeza. Após o cancelamento da festa em mais de 70 cidades só em São Paulo, e em outras dezenas de municípios ao redor do país, agora é a vez do estado de Minas Gerais admitir que está revendo a possibilidade de realizar a folia, em especial por causa da chegada da variante ômicron, cepa da Covid que fez soar um alarme na Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, mais de 85% da população brasileira já se mostrou contra a festa.
O secretário de Saúde do estado, Fábio Baccheretti, admitiu que a ômicron mudou o tom da conversa entre as autoridades. "A gente vem tratando os eventos de forma única, não separada, temos um protocolo atualizado", começou Baccheretti em conversa com jornalistas.
"O Carnaval em especial será discutido mais próximo (de fevereiro), a ômicron mudou toda discussão", avaliou. Atualmente, o estado tem quatro casos de Covid com suspeita para ômicron. Todos os doentes estão em casa, mas o grupo inteiro passou pela África, continente que é o berço da nova cepa. As informações são do portal "G1".
Enquanto isso, os municípios de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina, que costumam atrair centenas de turistas durante o Carnaval, já vetaram a festa. Além deles, outros 27, em unanimidade, também disseram não à folia: Brumadinho, Baependi, Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Caeté, Catas Altas, Cataguases, Congonhas, Campanha, Itabira, Itabirito, Itapecerica, Januária, Lagoa Santa, Mariana, Nova Era, Ouro Branco, Paracatu, Pitangui, Prados, Santa Bárbara, Serro, São João del-Rei, São Thomé das Letras, Sabará e Santa Luzia.
A prefeitura de Belo Horizonte, em meio à pressão, disse que não vai patrocinar o Carnaval de rua, o que, por outro lado, não impede que festas privadas sejam organizadas - como já estão sendo.
"No Carnaval não seria diferente", recomeçou o secretário. "Mas a gente incentiva que não haja grandes aglomerações e que os municípios fiscalizem", disse.
Vale lembrar que Rosana Leite de Melo, chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, já desaconselhou abertamente a insistência pelo Carnaval. A profissional destacou que o risco em relação à festa não se resume à ômicron: existe ainda a possibilidade de que novas cepas sejam criadas por causa da aglomeração de eventos desse tipo.