O Carnaval de 2022 pode não acontecer. A folia, tão esperada pelo público, além de já ter sido cancelada em mais de 70 cidades só em São Paulo, agora recebeu mais um voto contra das autoridades.
Rosana Leite de Melo, atual chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, desaconselhou a festa em todo o país em um discurso nesta quarta-feira (8), quando participou de uma audiência pública da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.
"Não podemos nos esquecer que estamos nesse momento ainda em pandemia", começou a secretária na apresentação, que durou em torno de dez minutos. "O Carnaval é uma festa, sim, que nós aglomeramos, que nós estamos juntos. É impossível não ficarmos aglomerados e nós sabemos que mesmo o indivíduo estando com seu esquema vacinal completo, até com dose de reforço, ele pode se contaminar", reforçou a profissional. As informações são do portal "G1".
As aglomerações citadas por Rosana não se limitam à Sapucaí no Rio de Janeiro, que já confirmou a permanência dos camarotes da avenida - por enquanto. A preocupação da secretária implica principalmente nos blocos de rua, que reúnem mais de 400 nomes só na maior cidade do país.
Para completar, Rosana Leite destacou que não apenas a ômicron, mas outras variantes podem se difundir entre a população brasileira em decorrência do Carnaval. E existe ainda a possibilidade de outras cepas serem criadas, como já tinha reforçado o Comitê Científico do Consórcio Nordeste.
"Estamos com uma parcela importante da população já com a dose de reforço, porém nós temos que associar medidas (...): medida de distanciamento, máscara, higiene. E, infelizmente, nesse tipo de festa é praticamente impossível de se conseguir, por mais que fale que vai se testar as pessoas. Sim, o teste também não é 100%", explicou Rosana.
Em seu discurso, Leite acrescentou que essa é a posição do órgão no momento, ou seja, no mês de dezembro, e que a avalição pode mudar em janeiro, fevereiro ou mesmo março, quando o Carnaval está previsto para terminar.
"É arriscado, por tudo que nós já passamos, fazer esse tipo de reuniões, de comemorações no atual momento", recomeçou a secretária. "É claro que estamos em dezembro. Em fevereiro ou março as coisas possam mudar, mas, hoje, a nossa posição é que isso seja pensado com extrema cautela e não recomendamos no momento", finalizou.