Não é raro ver o nome de primeiras-damas em evidência no cenário mundial, como aconteceu durante a posse do presidente norte-americano, Donald Trump, na qual Melania Trump também se destacou. No entanto, nos últimos dias é a mulher de outro governante que está em evidência: Brigitte Macron, casada desde 2007 com Emmanuel Macron. A francesa ganhou apoio e pedidos de desculpas de brasileiros após uma polêmica com o presidente brasileiro, Jair Messias Bolsonaro. No Facebook, ele fez uma piada sobre a esposa de Macron e tal comentário foi classificado pelo europeu como "triste" e "extremamente desrespeitoso". O Purepeople traz a seguir mais sobre a vida e história da francesa elegante e inspiradora.
Nascida em 1953 em Amiens, cidade localizada ao norte da França, Brigitte se casou aos 20 anos com o primeiro marido, Andre-Louis Auzière, e teve três filhos, Sébastien Auzière, Laurence Auzière-Jourdan e Tiphaine Auzière. Professora de Literatura e Latim, Brigitte conheceu Macron em 1993, quando ele tinha 15 anos nas aulas de teatro da escola em que ela dava aulas e ele estudava. "Nós conversávamos sobre tudo. Escrever [as peças] tornou-se um pretexto. E eu descobri que, de alguma maneira, já nos conhecíamos. Éramos inseparáveis apesar dos ventos contrários", relatou o presidente francês em seu livro, "Révolution". Aos 17, Macron se declarou para Brigitte, prometeu se casar com ela e foi estudar em uma universidade renomada de Paris. Com o passar dos anos, a relação dos dois se manteve próxima e, um ano depois de ela oficializar o divórcio, os dois se casaram, com a aprovação dos três herdeiros dela. "Foi um ato poderoso, porque nem todos teriam tomado essa precaução. Ele queria saber se aceitaríamos", disse a filha caçula de Brigitte, Tiphaine Auzière, ao canal francês "BFMTV".
Para Brigitte, os 24 anos de diferença entre ela e o marido não foram um impedimento para o amor dos dois. "Há alturas nas nossas vidas em que temos de tomar decisões vitais, e para mim, essa (estar numa relação com Emmanuel) foi uma delas. Por isso, o que tem sido comentado sobre a diferença de mais de 20 anos entre nós para mim não significa nada", assegurou a primeira-dama em entrevista à "Elle" francesa.
E a francesa também passa longe do estereótipo de "bela, recatada e do lar". Desde que Macron era ministro da Economia, ela deixou de lado seu emprego como professora e se tornou a principal conselheira dele. Durante a campanha presidencial que elegeu o governante francês, ela deu inúmeras declarações de que não seria uma primeira-dama decorativa. "Eu estou envolvida em tudo que se refere a ele há 20 anos. As pessoas ficam surpresas que as mulheres estejam sempre ao lado de seus maridos. É hora de as coisas evoluírem", declarou à época.
Por conta de seu engajamento no governo, Brigitte chegou a ser comparada por veículos em todo mundo com Michelle Obama - mulher de Barack Obama que entrou para a história do governo norte-americano por sua participação ativa. Nas últimas semanas, inclusive, ela anunciou seu retorno às salas de aula em escola no subúrbio francês. "As aulas não serão como as que eu ensinava antes, mas mais interativas, próximas ao estilo anglossaxão. Sabemos que eles precisam conhecer as quatro operações matemáticas, saber escrever francês, expressar-se, construir argumentos em um texto escrito. Mas também quero dar a eles um gostinho de literatura", declarou Brigitte.
(Por Marilise Gomes)