Antonia Fontenelle está feliz. A desembargadora Letícia de Farias Fardas, da 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, suspendeu a decisão que excluía a atriz da herança de Marcos Paulo. Sendo assim, ela está de volta à disputa pela partilha de bens do diretor, morto em novembro do ano passado.
"Acordar com uma boa notícia dessa é maravilhoso. Mostra que vale a pena acreditar na Justiça. A desembargadora foi de uma ética, coerência e sensatez incontestáveis. Na primeira vez, as provas foram ignoradas, mas sigo com minha tese: contra fatos não há argumentos. A minha relação de sete anos com o Marcos era pública e notória", diz ela, em conversa com Purepeople nesta sexta-feira (8).
Segundo Antonia, a decisão judicial deve ser comemorada, mas ela não pensa em festa. "Estou feliz, mas não cabe isso. Na próxima segunda-feira, faz um ano da morte do Marcos. Se eu pudesse escolher, escolheria meu marido estar aqui comigo agora. O pior eu já perdi e não vou ter nunca mais. Mas não vou abrir mão da minha história que estavam querendo apagar", afirma.
A atriz conta que nunca duvidou que essa decisão sairia um dia. "Em momento algum tive dúvida. Existe a lei que não dá para ignorar. Você não pode fechar os olhos para algo que é um fato. Só não sabia quando isso seria feito. Mas, para esperar, você tem que ter força para não deixar a peteca cair. E, acima de tudo, consciência de seus direitos".
E, antes que a critiquem, Antonia frisa que sua felicidade não é pela quantia que irá receber da herança. "Minha briga nunca foi e nem nunca será pelo dinheiro. Na hora certa, ainda vou provar isso. Minha briga é por Justiça e respeito. Não posso dar as costas para meus direitos, abaixar a cabeça para algo que está errado. Não posso virar as costas para a vontade do meu marido. Nunca fiz isso quando ele estava vivo, vou fazer isso agora?", questiona. A decisão ainda cabe novo recurso.
Relembre o caso
Como Purepeople informou em primeira mão, no dia 9 de outubro, a juíza Maria Cristina de Brito Lima concluiu que Antonia não tinha direito à partilha de bens de Marcos Paulo. Segundo ela, a carta feita a próprio punho pelo diretor em que ele deixa 60% do saldo de suas contas bancárias e investimentos à mulher não seria válida porque não contém as três testemunhas exigidas pelo Código Civil. Purepeople teve acesso ao documento e, nele, só há a assinatura do diretor.
A defesa de Antonia entrou, então, com um recurso de agravo, pedindo o efeito suspensivo da decisão. Na sentença, a desembargadora entendeu os argumentos apresentados e concluiu que a juíza havia ignorado o documento feito pelo pai de Marcos Paulo, o diretor Vicente Sesso, em que ele reafirma a vontade do filho em beneficiar Antonia.
Em conversa com Purepeople, Sesso comentou o caso. "O Marcos fez essa carta um ano antes de morrer. Se não fosse a vontade dele, ele teria tido tempo de sobra para mudar isso", ressaltou. "Fiz minha parte. Avisei às minhas netas, logo após o enterro, que existia essa carta (de Marcos Paulo) e reiterei a vontade do meu filho (com o documento registrado em cartório)".
Para Sesso, a disputa judicial é desnecessária. "Você não espera que haja uma disputa quando não há necessidade de ter. O Marcos deixou uma quantia muito grande. Ele não deixou R$ 200 para dividir". Com a volta de Antonia à partilha de bens, além dela, seguem como herdeiras de Marcos Paulo: Giulia, filha de seu casamento com Flávia Alessandra; Mariana, de sua união com Renata Sorrah; e Vanessa, fruto do namoro com a modelo italiana Tina Serina.
(Por Anderson Dezan)