A polêmica ao redor da partilha da herança de Zagallo ganhou mais um capítulo e agora a família do ex-jogador e ex-técnico pode ter que desembolsar mais de R$ 328 mil para uma cuidadora que cuidou do tetracampeão por seis anos até a morte dele, no começo de janeiro deste ano. A profissional protesta na Justiça por direitos trabalhistas não cumpridos e ainda abriu uma ação contra Mario Cézar Zagallo, filho e tutor do atleta morto aos 92 anos.
Entre esses direitos trabalhistas estão desde a contratação até a rescisão do contrato passando por horas extras e depósitos relacionados a FGTS e INSS. A informação é do jornal "Extra" nesta terça-feira (27). A cuidadora que entrou na Justiça trabalhou para Zagallo entre 2018 e 2024 e pede R$ 328.115,27.
De acordo com a publicação, a cuidadora relatou no processo, em segredo de Justiça, que precisou na época da pandemia de Covid-19, exercer outras funções, incluindo o de arrumadeira e passadeira, sem a devida remuneração. Na ação contra a família de Zagallo, que chegou a brigar por conta de um imóvel milionário, a profissional exibiu provas de uma jornada de trabalho exaustiva e pela qual recebia apenas R$ 2.400 mil ao mês.
No total, Zagallo era cuidado por três pessoas e precisava de ajuda para ir ao banheiro, por exemplo. As cuidadoras eram monitoradas por circuito de segurança ao longo das 24 horas do dia. Na ação consta ainda que Mario Cézar enviava mensagens de voz aos berros no grupo de WhatsApp assim que via uma das profissionais se afastar de Zagallo por mais de 15 minutos.
Assim que Zagallo morreu, a equipe foi dispensada em prévio aviso. No começo deste mês, as duas partes não chegaram a um acordo: a família do tetracampeão ofereceu R$ 18 mil à cuidadora, mas ela pediu mais do que 10 vezes mais: R$ 190 mil.
Agora um novo encontro está marcado, para 16 de outubro, onde a cuidadora e Mario Cézar terão que levar suas testemunhas. "Tinha isso mesmo. Era humilhante demais", confirmou ao jornal uma pessoa que presenciou os fatos.