Andreia Horta está se preparando para viver uma heroína do século XIX, nanovela "Liberdade, Liberdade", que estreia em abril. A protagonista da nova trama das onze é Joaquina, a filha de Tiradentes (Thiago Lacerda), que herda no sangue o sonho do pai e dos inconfidentes. "É uma mulher que luta esgrima, que dá tiro", conta a atriz, em conversa com o Purepeople. E apesar de garantir que são experiências incríveis, ela confessa: "A Joaquina revelou para mim que eu sou mais mulherzinha do que imaginava".
Para fazer uma novela ambientada num período histórico de 200 anos atrás, Andreia e grande parte do elenco estão tendo que deixar certos hábitos de lado, como a depilação, por exemplo. Mas não é só a caracterização que faz a intérprete ver o quanto é "mulherzinha". A bravura da personagem, que usa capa, luta com espada e faz com que ela passe horas com arma em punho para fazer as cenas, é que evidenciam sua fragilidade. "E sobe no cavalo, senta no formigueiro, amarra as mãos para trás, me batem... A Joaquina revela a mulherzinha que mora em mim", reitera a artista.
Assim como os inconfidentes e o elenco masculino, Andreia fez aulas de tiro. "Eu era a única mulher, inclusive na esgrima", conta Andreia, que narra em tom divertido o susto que levou: "Era o primeiro dia, deram um tiro atrás de mim e eu reagi com medo. O professor me chamou em um canto e disse: 'Você não pode demonstrar que tem medo'. Eu respondi: mas como não pode demonstrar? Olha o meu tamanho, sou uma atriz jovem e tenho medo, não faz parte? (risos)". E ela não é a única. Mateus Solano, o vilão da história, também se assustou ao cair do cavalo durante uma gravação.
'Era um outro tempo, mais selvagem'
A admiração de Andreia pela personagem fica evidente em seu discurso. "Ela é uma voz de vanguarda. Sai do Brasil com sete anos e volta 20 anos depois, com um olhar bem puro para as coisas. Ela olha a situação política, econômica e social", explica, e completa, contextualizando a época: "Era um outro tempo, mais selvagem. Ainda mais bruto e sombrio do que o de hoje... Bem radical."
Para a atriz, Joaquina é uma mulher pós-feminista, pois acredita que ela fica adiante de conceitos bandeiras (pelos quais Andreia faz questão de deixar claro que tem todo respeito). "Ela é o que é. Quando ela esgrima, se veste de um jeito que não é um vestidinho esticadinho para cima. Veste o que fica confortável. É de uma simplicidade muito bonita", relata. A intérprete comenta que ver o quanto as mulheres da época eram subordinadas de certa forma a comove. "Isso me motiva mais ainda a não ser subordinada", revela.
O figurino de época, porém, não é tão confortável para o elenco. Na primeira prova de roupas a protagonista lembra que comentou: "Nossa, mas eu vou morrer de calor na cidade cenográfica!". Novamente aos risos, ela continua a contar: "Aí a figurinista respondeu assim: 'Mas na época não era tão quente'".
Dirigida por Vinícius Coimbra, "Liberdade, Liberdade' promete muito romance, com um pouco mais de sexo do que as tramas que vão ao ar mais cedo, além de muita ação e sequências de lutas no estilo capa e espada.
(Por Samyta Nunes)