No ar desde 16 de março deste ano, a novela "Babilônia" prometeu ser um grande sucesso com um elenco seleto, um enredo com direito a tramas de humor, vilania e romances, além de algumas polêmicas. Escrita por Gilberto Braga - que já lamentou ter audiência mais baixa que "I Love Paraisópolis" -, João Ximenes Braga e Ricardo Linhares, a novela reúne muita trapaça, cenas de sexo e questões sociais. O resultado não agradou muito o público e os autores, já nos primeiros meses, decidiram mexer com os rumos de alguns personagens.
O folhetim já estreou dando o que falar! Logo no primeiro capítulo, Estela (Nathalia Timberg) e Teresa (Fernanda Montenegro), que vivem um casal lésbico, dão um beijo apaixonado com a naturalidade de qualquer casal. A cena, que foi sugerida por Fernanda Montenegro, dividu as opiniões e causou rebuliço nas redes sociais. Por conta da grande rejeição, os beijos entre as duas foram cortados do roteiro. Entretanto, diversos famosos aplaudiram as atrizes e a abordagem da homossexualidade nas telinhas.
Além de Estela e Teresa, outro casal gay foi cortado da novela. Pressionados pelo boicote de espectadores, Carlos (Marcos Pasquim) e Ivan (Marcello Melo Jr), que viveriam um romance na trama, tiveram seus rumos reformulados. Apesar de Gilberto Braga descartar a relação entre queda da audiência e os casais gays, Pasquim e Melo Jr. não serão mais um casal na novela. Contudo, Ivan acabou encontrando um novo romance. O irmão de Carlos, Sérgio (Cláudio Lins), mudou a história de Ivan e os dois vão passar uma noite juntos.
Babilônia foi alvo de campanha religiosa e ataques do público conservador
As críticas se iniciaram com a abertura da novela, que mudou a logo após uma campanha religiosa. A modificação, que trocou as letras vermelhas por brancas e o fundo preto por outro tom com mais cores, tentou driblar a campanhas. Apesar disso, as críticas religiosas não pararam por aí.
Além das alterações nos destinos dos personagens gays, a novela também sofreu críticas por conter histórias consideradas "promíscuas". Alice (Sophie Charlotte), que trabalharia com prostituição e seria agenciada por Murilo (Bruno Gagliasso), não se tornou garota de programa por pressão do público. Na época, Ricardo Linhares explicou que a mudança no roteiro foi devido à criminalidade da exploração da prostituição, incompatível com o horário. "Eu entendi as regras e sou cooperativo. Portanto, decidi adequar a trama ao que é possível exibir às 21h", esclareceu.
Beatriz (Glória Pires), que seria uma vilã ninfomaníaca, também chocou o público e a personagem passou de "devoradora de homens" a "vilã apaixonada", formando casal com Diogo (Thiago Martins).
Questões sociais também tiveram espaço na novela das nove
Outro destaque da novela que completa 100 capítulos nesta quinta-feira (09) é a abordagem recorrente de questões sociais que muitas vezes são silenciadas na sociedade. A trama abriu espaço para a questão do aborto, que será tema de uma discussão entre Cecília (Hanna Romanazzi) e Rafael (Chay Suede).
Além disso, o estupro e abuso sexual também entraram em pauta, tendo Laís (Luisa Arraes) como vítma, no caso da tentativa de violação sexual por Guto (Bruno Gissoni). Racismo, homofobia, machismo e cyberbullying também são algumas questões abordadas em "Babilônia", trazendo à novela uma gama de polêmicas que mudaram o destino dos personagens e abriram espaço para debates.
(Por Júlia Canedo)