A novela "Babilônia" ganhou mais agilidade depois que o dramaturgo Sílvio de Abreu reeditou 12 capítulos na semana passada. Com várias reviravoltas na história de vingança de Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Gloria Pires), a novela do horário nobre, que ficou marcada no capítulo de estreia ao mostrar o beijo entre Teresa e Estela, mostrou algumas mudanças na trama do casal formado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, que tiveram demonstrações de carinho mais comedidasna cena do casamento das duas senhoras.
De acordo com o colunista Daniel Pessoa, da "Veja Rio", a nova ordem na emissora é não exaltar as relações gays na história. "O espectador não está preparado para ver carinhos físicos entre pessoas do mesmo sexo", declarou Gilberto Braga, um dos autores da novela das nove que sofreu boicotes por parte do público mais conservador. Apesar da trama homossexual, Gilberto afirma que isso não justifica a queda da audiência de "Babilônia", que estreou com mais de 30 pontos no Ibope e hoje caiu para a casa dos 20. "Fizemos uma pesquisa sobre isso e tenho o parecer em mãos, mas é sigiloso".
Na época em que os boicotes iniciaram, o ator Chay Suede, que dá vida a Rafael, filho de Teresa e Estela na trama, repudiou as críticas feitas por alguns telespectadores em seu Instagram. "Respeito sua opinião, só não entendo como pode ser mais difícil assistir a um beijo que a um tiro, uma morte", comentou em resposta a uma fã que criticou o beijo polêmico. Já Fernanda Montenegro classificou tais atitudes como radicalização. "Todos têm o direito de se posicionar. O problema é a radicalização desse pensar e no que ele pode se transformar", disse Fernanda.
Nem a logo da novela escapou das alterações
As reformulações feitas pela equipe de "Babilônia" para tentar acalmar os ânimos do público não deixou passar nem mesmo a logo da novela. Além de adicionar mais cor à abertura, o nome da novela mudou da cor vermelha para o branco durante a vinheta.
Várias tramas paralelas também passaram por transformações como a da personagem Alice (Sophie Charlotte), que deixou de ser garota de programa de luxo de Murilo (Bruno Gagliasso) para ganhar ares de mocinha no texto de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Em entrevista ao jornal "Extra", Linhares explicou que a história foi mudada por causa da faixa de horário. "O trabalho de prostituição pode ser mostrado, mas a ingenuidade de Alice estava sendo explorada por um aproveitador. Mostrar o aliciamento não é permitido no horário. A exploração é crime".