Wagner Moura e Alice Braga marcaram presença na apresentação de "Elysium", nesta segunda-feira (9), em São Paulo. Os atores brasileiros, que atuam no longa-metragem dirigido pelo sul-africano Neill Blomkamp, falaram sobre o filme protagonizado porMatt Damon e que estreará no Brasil no próximo dia 20.
A ficção científica, uma superprodução hollywoodiana, transporta a luta de classes entre pobres e ricos em um cenário pós apocalíptico. Apesar do futuro pessimista retratado no longa, Wagner disse não acreditar que a humanidade passará por isso. "Esse filme é uma metáfora, uma tentativa de reproduzir um receio e também uma realidade que está espalhada em alguns lugares. No Brasil mesmo nós vemos de perto o problema da desigualdade social. Mas não vejo um futuro tão terrível assim", afirmou Wagner.
Já Alice Braga, destacou a mensagem que Neill quis passar com o seu novo filme: "O Neill cria uma história para cutucar, ele é muito politizado. Também sou otimista. Mas acho que nós precisamos mudar para que haja uma transformação no mundo", completou
Em seu primeiro filme internacional, o ator baiano contou o processo de criação do seu personagem, Spider, um chefe do crime de Los Angeles que tenta levar imigrantes ilegais para "Elysium", luxuosa estação espacial. "Para mim, ele era brasileiro. Era o que eu sabia fazer. Não ia falar inglês com sotaque mexicano. Na minha cabeça, ele era o brasileiro que chegava e mandava em todo mundo", disse.
Sucesso em Hollywood, Alice também contou um episódio engraçado que aconteceu enquanto rodava o filme entre Matt Damon e Wagner Moura, que pedir para tatuarem em seu braço a bandeira do Brasil: "Um dia, o Matt Damon chegou ao estúdio e perguntou por que ele tinha um hambúrguer tatuado no braço", contou Alice, aos risos. "Aí eu falei 'cara, essa é a bandeira do meu país'", completou Wagner, também gargalhando.
Wagner, que se prepara para se lançar como cineasta, falou ainda sobre dificuldade de atuar em inglês pela primeira vez. "Não sou um falante da língua inglesa. Falo, mas nunca morei fora. Demorei a me acostumar. E ouvi uma frase do Javier Bardem [ator de origem espanhola] que gostei muito. Ele disse que filmar em inglês é ter um escritório na cabeça, com muita gente falando. E foi isso que senti mesmo", afirmou ele, que só fala português em uma cena.
Juntos pela segunda vez em um longa – o primeiro foi "Cidade Baixa" (2005) -, Wagner se mostrou grato a Alice que o apoiou durante as filmagens no Canadá: "Fomos para Vancouver filmar e eu não conhecia ninguém. Estava muito tempo longe de casa e se a Alice não estivesse lá, ia ser f...Somos muito amigos e a amo muito". Em entrevista recente ao "Programa do Jô", a dupla falou sobre o trabalho juntos e Alice foi só elogios ao amigo: "Para mim o Wagner, além de um ídolo, é uma referência".