Quase nove meses depois de ter Antônio, seu segundo filho, Juliana Paes está de volta à TV. Em "Meu Pedacinho de Chão", novela que estreia nesta segunda-feira (07), às 18h, na Globo, a atriz vive a personagem Maria Catarina. Ela é a bondosa mãe de Pituca (Geytsa Garcia), fazendo contraponto ao pai severo da menina, o coronel Epamidondas (Osmar Prado).
Para fazer o folhetim com ares de fábula encantada, Juliana abriu mão dos dois últimos meses de sua licença-maternidade. "Foi difícil, mas valeu a pena", diz ela. A opção tem justificativa: a atriz tinha o sonho de trabalhar com o diretor Luiz Fernando Carvalho, responsável por obras como "Hoje é Dia de Maria" e "A Pedra do Reino".
Em entrevista ao Purepeople, Juliana conta como tem conciliado a maternidade e o trabalho, o que acha de ter novos filhos, se pensa em voltar a desfilar como rainha de bateria no Carnaval e se avalia aos 35 anos. "Hoje, me sinto mais bonita e gostosa", dispara. Confira os principais trechos:
Retorno ao trabalho
"Abri mão de dois meses da minha licença-maternidade. A princípio, queria meus seis meses para amamentar. Mas, quando pintou o convite do Luiz Fernando Carvalho, pensei: 'putz, vou ter que abrir mão'. Sempre quis trabalhar com ele. É um diretor que não fica te tolindo com marcações, roteiros ou tempo. Só exige entrega e concentração".
Dupla jornada
"Durante os workshops para a novela, o Antônio só estava mamando do peito. Entre uma intervalo e outro, tirava leite. Esses dois meses não foram fáceis, mas sinto que valeu à pena. Eu me sinto privilegiada por ser uma mulher que consegue trabalhar e cuidar muito bem dos filhos ao mesmo tempo".
Sentimento de culpa
"Não sou uma mãe perfeita. A gente nunca se acha assim, né. Agora, por exemplo, vivo com aquele sentimento de culpa porque fico muito tempo no trabalho e pouco com meus filhos. A gente dá aquela choradinha no banheiro, mas sabe que depois vai conseguir equilibrar tudo. No fim de semana, você compensa. Dorme pouco para ficar com o filho. Mas a pele não fica tão boa (risos)".
Casamento
"Nisso tudo, o maridão está meio abandonado, tadinho. Em casa, temos um ritual. Eu coloco o Antônio para dormir e, ele, o Pedro. Depois, nos encontramos no quarto e falamos: 'ufa, enfim sós'. É quase uma novela que todo dia se repete. Aí vamos ao cinema, namorar, fazer nada ou, dependendo do dia, dormir".
Novos herdeiros
"Parei no segundo! Dois é bom. Três é demais! Não quero nem mais tentar menina. Quero ficar só com meus bofinhos".
Boa forma
"Não tem como não emagrecer trabalhando pra caramba e com dois filhos em casa! Minha mãe costuma dizer: 'depois que pari, nunca mais a barriga enchi'. E é verdade. Estou de manhã, comendo minha tapioquinha, e vem o Pedro: 'mãe, eu quero!'. Aí você divide ao meio e come menos. Eles me ajudam muito (risos)".
35 anos
"Eu me sinto muito melhor hoje do que há dez anos. Me sinto mais gostosa, bonita e capaz! Aprendi a dizer não e a priorizar o que de fato é mais importante. Isso traz tanta felicidade... Outras coisas que me incomodavam antes, aprendi a lidar. Essa cabeça faz a gente se sentir muito melhor. Você só ganha isso com a maturidade".
Preparação para a novela
"Ter as crianças em casa me ajudou muito no trabalho. Em cena, me peguei várias vezes me apropriando da emoção e do jeito desencanado de que quando estou brincando com o Pedro. Quando você está com seu filho, o tempo fica suspenso e esquece dos problemas. Trouxe isso para a relação da Catarina com a Pituca".
Surpresa no trabalho
"A relação com o Luiz Fernando tem sido muito diferente. Estou acostumada a pegar um roteiro e já saber a marcação que o diretor vai fazer. Com o tempo, dá para adivinhar. Com ele, isso nunca acontece. É um diretor que transforma três linhas numa descida de escada, chorando e gritando! É gostoso porque depois a gente se surpreende. 'Eu fiz isso?'".
100 capítulos
"Sou uma defensora de novelas um pouco mais curtas. Acho que a tão falando e temida 'barriga' nos folhetins acontece por causa de uma obra muito longa. Passar mais de 1 ano da sua vida em um projeto é muito desgastante. Quando tem uma novela menor ou uma minissérie, você vai com aquela força e garra até o final. Não tem relaxamento. Isso de todo mundo: atores, autores, direção e equipe".
Carnaval
"Não pretendo voltar agora, de verdade. Nada de desfilar. Agora só vejo o Carnaval das frisas e camarotes. Gosto de estar lá e assistir. Nos próximos, vou com meus filhos. Quero mostrar a festa para eles. Pelo menos o Pedro, que já vai estar grandinho. Vou falar com o maridão para ver se ele libera".
(Por Anderson Dezan)