A novela "Quanto Mais Vida, Melhor", ainda não estreou, mas promete quebrar alguns tabus. Na história, a protagonista Flávia (Valentina Herszage), uma dançarina de pole dance golpista, se envolve em um acidente aéreo com outras três pessoas. Embora tenha vontade de mudar de vida após a experiência de quase morte, a moça acaba voltando a trabalhar na mesma boate de antes, a Pulp Fiction, administrada por ninguém menos que Chefe (Alessandro Brandão).
Em conversa com jornalistas sobre a trama, Alessandro esclareceu que, assim como ele próprio, a personagem será ativista da causa LGBTQIA+, mas virá em uma roupagem nova: "Não só a pegada de revolução, mas de amor", avaliou o artista, explicando que, em geral, minorias trabalhadas em novelas carregam o peso da revolução social e que, dessa vez, a ideia é da positividade, para além disso.
Vale lembrar que a novela das 21h, "Um Lugar ao Sol", segue a mesma linha em relação à inclusão de minorias.
Alessandro, que já trabalhou em personagens LGBTQIA+ anteriormente, avalia que o não binarismo, embora seja um conceito novo, deve ser tratado de maneira leve. "É uma personagem muito bonita, porque a gente se esforçou muito para que realmente fosse uma drag queen, nem homem, nem mulher, como David Bowie. Ele é fluido, um homem gay fluido. É muito importante que a gente tenha outras referências", explicou o ator.
"Ela [Chefe] trata tudo de uma maneira tão verdadeira e sem grandes dramas (...) Já é [um lugar] de aceitação, a fluidez é muito bonita, é de uma importância muito grande, os olhos amorosos. E não é uma personagem feminina, vamos reforçar esse lugar da não binaridade. Essa personagem não é binária, é a coisa mais importante - ele é LGBT, drag queen", definiu Alessandro.
No mesmo gancho, o autor e o diretor da novela esclareceram que essa positividade em relação aos assuntos também está em outros pontos da história, incluindo o clímax, que é um acidente aéreo. É tudo tratado de modo lúdico, leve.
Os dois concordaram, por exemplo, em não mudar a trama por causa do recente acidente que matou Marília Mendonça. Não só porque a novela já foi toda gravada, mas porque, de acordo com Mauro Wilson, que escreveu os capítulos, "a vida tem roteiros ruins".