A próxima novela de Walcyr Carrasco sofreu algumas baixas no elenco: Bruna Marquezine deixou a trama e irá protagonizar "Amor e Morte" e Cauã Reymond foi substituído por Rafael Cardoso no papel do protagonista. Mas o autor já está com a trama e revelou detalhes em sua coluna na revista "Época".
"Escrever para o grande público é correr o risco de ser linchado sempre pelo politicamente irado. Outro dia estava no aeroporto. Fui ao banheiro. Lá estava, numa portinha: 'Para pessoas de baixa estatura'. Correto. A palavra anão é proibida pelo politicamente chato. Por que, não sei. Trocar o modo de falar aumenta a estatura? Não aumenta", escreveu o novelista, que negou ter convidado Tatá Werneck para seu folhetim, completando: "Falar em afrodescendente muda o tom da pele? Não muda. O que muda é a maneira como se fala. O contexto em que a frase é usada, seu significado maior. A patrulha do politicamente chato só atrapalha, porque as coisas continuam como são. A portinha do toalete me fez pensar. Entre as protagonistas de minha próxima novela há uma anã. Desculpem-me, uma jovem de baixa estatura."
Autor de tramas de sucesso com "Êta Mundo Bom!" e "Verdades Secretas", Walcyr contou ainda que, na novela, a mãe da jovem irá rejeitá-la. "Mas, na história, a própria mãe não gosta dela. Para denunciar o que essas pessoas passam – inclusive a falta de banheiros adaptados em restaurantes – tenho de mostrar a parte ruim. Senão, escreverei um conto de fadas falso, como aquele em que Chapeuzinho fica amiga do Lobo. Muito bem, podem me apedrejar. Vou falar de tudo isso sim, incluindo preconceito racial. Não vou maquiar a realidade como o politicamente burro faz. É levantando os problemas que se constrói uma nova visão", sintetizou.
Em seu Twitter, Walcyr Carrasco esclareceu o suposto convite feito a Bruno Gagliasso. "Só para esclarecer. Nunca liguei para o Bruno Gagliasso. Foi ele quem me ligou. Eu ainda não tinha um papel definido a oferecer e ficou nisso", tuitou Walcyr.
(Por Marilise Gomes)