A personalidade de Elisabeta, personagem de Nathalia Dill na novela "Orgulho e Paixão", encantou a atriz. Forte, idealista e destemida, ela enfrentará os costumes característicos do Brasil em 1910, como ter o casamento arranjado pelos pais, para viver seus sonhos e ter o direito de ficar com o homem que realmente ama - que, no caso, é Darcy, interpretado por Thiago Lacerda. Em entrevista ao Purepeople, a artista exaltou o feminismo presente nas características da filha de Ofélia Benedito (Vera Holtz) e Felisberto (Tato Gabus Mendes) na trama inspirada no romance "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen.
Para Nathalia Dill - adepta da ideia de que, para ter sucesso, a mulher não precisa se casar -, o temperamento inconformado com a realidade de sua mocinha é um exemplo inspirador. "A época da Elisabeta era muito atrasada para as mulheres como a nossa hoje em dia ainda é. Não é uma coisa concreta em luta pelos direitos porque a gente não vai caminhar por esse lugar. Mas só o fato de ela não abaixar a cabeça em certas situações, não aceitar o status quo como ele é, já é uma coisa que me inspira e é uma energia que quanto mais eu conseguir colocar nela vai ser melhor", fala. "É uma luta muito forte ter que estar sempre brigando com um sistema que já está estruturado. Qualquer mudança no sistema é muito doída, sofrida e difícil. Só o fato de ela querer trabalhar e casar com alguém que realmente ama já é um ato heroico." Nathalia ainda adianta que Elisabeta é uma mulher de voz ativa e que fala o que vem à cabeça: "O que me impressiona é o jeito dela, o jeito que ela lida com as situações. Ela tem a língua muito afiada, isso que eu acho bonito, interessante e difícil de fazer. Ela é muito atenta aos sinais que estão à sua volta. Ela brinca mas observa muito todo mundo e as situações".
Não foi em uma mulher específica em que Nathalia Dill se baseou mas, sim, em todo o feminismo, movimento social celebrado por artistas como Camila Morgado. "A gente se inspirou no universo da Jane Austen mesmo e, claro, com algumas referências de heroínas de TV que eu gosto. Acho que a maior referência é o movimento feminino por si só. É nisso que eu mais me baseio", conta. A artista conta que a jovem irá enfrentar os padrões da sociedade de forma natural: "O que eu acho legal e bonito é que a Elisabeta ouve os sonhos dela e isso é muito libertário. Ela não tinha muita consciência do que podia ou não podia, do que era certo ou errado, o que era opressão e não era. Ela é muito instintiva, ouve os desejos e sonhos dela e segue em frente. O mais bonito é isso ser libertário e inovador".
Depois de já fazer uma mocinha e uma vilã na mesma obra - em "Rock Story", ela viveu as gêmeas Júlia e Lorena -, Nathalia Dill, dona de look colorido na estreia da trama de Marcos Bernstein, promete emocionar, divertir e provocar na próxima novela das seis que estreia nesta terça-feira (20). "O personagem, quanto maior o leque que ele tiver, melhor ele é, independente do lugar que ele ocupa na trama. Se o personagem é rico, tem leque, um colorido diferente, tem cores onde você possa puxar, ele é interessante independentemente do que ele é. Às vezes tem personagem que é chapado, que não tem muita cor. E o que eu mais gosto na Elizabeta é isso, ela tem muito colorido. Ela tem um leque de emoções e acho que de cor mesmo muito grande. Ela tem humor, drama, romance, ironia... Um leque enorme que dá para brincar", diz a atriz.
(Por Carol Borges)