Nathalia Dill, prestes a protagonizar uma jovem que rejeita o casamento forçado pela família na novela "Orgulho e Paixão", próxima trama das seis da TV Globo, não concorda com o rótulo de mulher bem-sucedida estar ligada a ter um companheiro. Em entrevista ao Purepeople, a intérprete de Elisabeta, que usou look de tons vibrantes no lançamento da obra, diz que a ideia precisa ser desconstruída pelas mulheres da sociedade.
A namorado do músico Pedro Curvello, com quem assumiu o relacionamento durante o Carnaval, afirma que o senso comum costuma atribuir maior sucesso às mulheres que se casam e declara que essa concepção precisa ser combatida. "Isso nunca desatrelou das mulheres. Essa vida pessoal, esse lar, nunca foi desatrelada. Tanto que as perguntas sobre filhos são muito mais frequentes para mulheres do que para os homens", fala a artista. "Esse lar sempre esteve muito em torno do imaginário da nossa sociedade, então é mais difícil de desatrelar. Ficam com essa impressão de que não conseguiu tudo, que falta um pedaço do quebra-cabeça. Por isso temos que desatrelar mais um pouco", declara Nathalia Dill.
Nathalia Dill, par romântico de Thiago Lacerda na novela de Marcos Bernstein - uma adaptação livre do romance inglês "Orgulho e Preconceito", escrito por Jane Austen -, destaca a importância de interpretar o papel da jovem idealista e muito empoderada para o tempo em que o folhetim é retratado, no início do século XX. "Não tem como fazer TV ou qualquer obra artística sem olhar esse viés, assim como outros que também têm vindo à tona. Mas essa é uma discussão muito importante e não dá para fazer um trabalho artístico sem olhar por esse ângulo", fala.
Para Nathalia Dill, o impeto de sua personagem em ser de vanguarda é um reflexo da classe feminina fora da ficção. "Todas as mulheres são à frente do tempo. O tempo está atrasado para as mulheres. Então, todas as mulheres que quiserem todos os direitos e ouvirem todos os desejos estão à frente do seu tempo porque está tudo muito atrasado", diz. "Qualquer mulher sempre esteve à frente de seu tempo porque o tempo sempre esteve atrasado para elas, assim como para os negros e para as outras minorias. Acho que quando a gente está ouvindo os nossos desejos e querendo viver a nossa vida e os nossos sonhos, as minorias já estão à frente de seu tempo", explica a artista.
(Por Carol Borges)