Medalha de ouro na Olimpíada de 2008 (Pequim, China), a ex-jogadora de vôlei Walewska morreu aos 43 anos nesta quinta-feira (21), em São Paulo. No meio da manhã, um boletim de ocorrência apontou como causa da morte a queda que Walewska sofreu do 17º andar de um prédio. A ex-atleta estava em São Paulo, onde lançou sua biografia, "Outras Redes".
A morte de Walewska Oliveira acontece pouco menos de um ano após a perda de Isabel Salgado, outro ícone do vôlei e é mais uma baixa no mundo do esporte (em janeiro, o país se despediu de Roberto Dinamite).
"Girei o mundo, cruzei barreiras e ganhei muito mais do que campeonatos e olimpíadas: pude vencer a mim mesma, superar meus medos e aprender com as minhas fraquezas... Mudei a vida da minha família e plantei a semente da confiança no trabalho árduo dentro do coração do meu país", relata Walewska Oliveira em um dos trechos do livro, que tem prefácio de Bernardinho.
A carreira de Walewska começou aos 12 anos e deu uma guinada em 1995 quando foi revelada pelo time do Minas. Depois, atuou no Osasco e no São Caetano e se transferiu para a Itália, onde defendeu o Sirio Perugia. No final da carreira, foi atleta do Praia Clube, de Uberlândia, em Minas Gerais.
Foi Bernardinho quem levou a atleta para a Seleção em 1997. Três anos depois conquistou o bronze na Olimpíada de Sidney (Austrália). A consagração com o ouro olímpico viria em 2008, após um quarto lugar em Atenas (Grécia), em 2004.
Entre títulos e decepções dentro das quatro linhas, Walewska Moreira de Oliveira foi ouro no Pan-1999 (Winnipeg, Canadá) e campeã pelo Praia da Superliga 2017/2018, além de ter erguido dois campeonatos mineiros.
Um dos primeiros a se pronunciar foi Radamés Lattari, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei: "Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada". Sheilla Castro também se despediu da colega de quadra. "Sempre foi um exemplo para mim (...). Dor é grande demais. Agora o luto é diferente pela sua partida precoce", afirmou.
Gabi relatou choque coletivo e falou em orações pela jogadora e sua família. Paula Pequeno foi além: "Guerreira, obstinada, exemplo de disciplina, força e inteligência. Ainda bem que tive tempo de dizer pra você olhando nos seus olhos o quanto eu a admirava". Nalbert destacou o legado, postura, conduta e talento da jogadora.