Marisa Orth, conhecida por suas personagens cômicas, deixará a vertente do humor de lado para interpretar a dramática Celeste Hermínia em "Tempo de Amar", próxima novela das seis da Globo. Em entrevista ao Purepeople, a atriz que interpretou cenas de sexo com Chandelly Braz em uma série de TV revela que sua personagem será misteriosa e guarda remorso por se envolver com o Conselheiro Francisco (Werner Shünemann), casado com Odete (Karine Teles).
Depois de viver a engraçada descente de italianos Francesca na novela "Haja Coração", a artista conta que, na trama protagonizada por Vitória Strada e Bruno Cabrerizo, a portuguesa cantora de fado que se muda para o Brasil não terá tanto bom humor. "Ela é bem discreta e muito chique, recatada. Tem muita nostalgia na história dela. Ela, sozinha, sofre que é uma desgraça. O público pode esperar muito mistério da parte dela", diz.
O relacionamento de Celeste Hermínia com o Conselheiro Francisco não será fácil, principalmente devido ao estado da mulher dele, doente desde que o filho, há 18 anos, nasceu morto. "Ela se sente culpada. Em um evento que acontece bem no início da novela, ela precisa ligar para ele e diz: 'Meu amor, me desculpe, mas é a primeira vez, em 15 anos, que estou ligando para você'. Ninguém, hoje em dia, teria um caso com um homem e ficaria 15 anos sem ligar", afirma. Na primeira semana da trama, ela encontrará Odete na rua e a levará para sua casa, e a situação deixará o Conselheiro chateado. Esses atritos vão contribuir para idas e vindas do namoro: "A relação dos dois vai ser discutida o tempo inteiro, eles têm crises de consciência já no capítulo cinco. A gente resolve se separar... Ih, é um drama! Ela é super-respeitosa, acaba ficando amiga da mulher dele, que realmente é doente".
Revelando que a sua personagem e Alzira, vivida por Deborah Evelyn, são não só amigas mas também irmãs, Marisa Orth conta que a proximidade de Celeste Hermínia com o núcleo da falida casada com Bernardo (Nelson Freitas) e mãe de Celina (Barbara França) - que terá um triângulo amoroso na história - acrescentará diversão. "Pode ter espaço para o humor. A personagem da Deborah Evelyn é muito próxima da Celeste - elas são irmãs e isso só é revelado no capítulo nove ou dez. A Alzira é inconformada porque o marido perde tudo o que tem no jogo. Ela precisa se mudar do palácio das Laranjeiras para uma casa normal e fica querendo morrer, sofrendo. Mas a minha personagem mesmo é zero humor", adianta.
A artista compara sua personagem do trabalho atual com a primeira, interpretada em 1990 e, apesar de ressaltar mudança no perfil do público, acredita que não sofrerá críticas por viver uma amante. "O Brasil encaretou muito. Mas a minha primeira personagem, a Nicinha [Rainha da Sucata], fazia propaganda de ser amante. Ela dizia: 'Eu quero ser a outra'. Tinha tesão em aliança, lambia aliança! Só tinha prazer em ficar com homens casados. Era um viés mais cômico", diz. "O mais engraçado é que eu andava na rua e, pela reação das mulheres, sabia quem era amante e quem era traída. Tomava umas porradas de carrinho de supermercado. Mas, ao mesmo tempo, vinham umas velhotinhas de 70 anos e falavam: 'Sou amante há 40 anos! É a melhor coisa!'"
(Por Carol Borges)