Marcius Melhem deu detalhes sobre a acusação de assédio que vem sofrendo por parte de Dani Calabresa, representada pela advogada Mayra Cotta, que também representa outras supostas vítimas do artista. "Eu não estou nem saindo de casa. Porque eu estou sendo ameaçado de morte, de espancamento. Eu tenho duas filhas. Primeiro que se eu tivesse feito [o que a Dani Calabresa disse que eu fiz na porta do banheiro do bar] eu não estaria nem olhando nos olhos das minhas filhas", disse Marcius, em uma longa entrevista ao programa "Domingo Espetacular", na Record TV.
Segundo Melhem, ex-chefe do departamento de humor da Rede Globo, cargo do qual se afastou alegando problemas de saúde de uma das filhas, sua posição privilegiada na emissora nunca foi pretexto para assédios. "Eu tive relações consensuais com pessoas que trabalharam comigo. Relações longas, 1 ano, 2 anos. Podem ter pessoas que tiveram relações comigo querendo ganhar alguma coisa, mas não ganharam. Nem nunca isso foi me dito diretamente. Meu erro foi ter me relacionado com pessoas que trabalhavam comigo – e ser chefe delas", afirmou.
E frisou ao jornalista Roberto Cabrini, responsável pela entrevista: "Eu nunca usei meu poder para me relacionar com qualquer pessoa que seja. Você não está diante de um assediador".
De acordo com o artista, ele e Dani Calabresa, que afirmou ter sido assediada por ele durante uma festa do programa "Zorra Total", onde trabalharam juntos, mantinham uma relação de muita intimidade. "Uma relação tranquila e normal até maio de 2019, quando tivemos um desentendimento profissional. Essa festa dos 100 programas do 'Zorra' aconteceu no dia 4 de novembro de 2017 e a revista [Piauí] diz que eu teria agido com violência contra a Dani, que eu teria apertado ela no canto. Isso não aconteceu", afirmou.
E justificou: "Se isso tivesse acontecido, a festa teria acabado. O banheiro [do local da festa] dá de frente para a pista de dança. Qualquer coisa que acontecesse ali seria vista da pista de dança. Se você olhar o grupo [de WhatsApp] do Zorra no dia seguinte todo mundo estava comemorando e falando da festa, inclusive eu e Dani. Não teve nenhum constrangimento entre nós. Eu não tentei agarrar Dani Calabresa".
Melhem, no entanto, preferiu não entrar em detalhes sobre o que aconteceu naquela noite: "O que aconteceu entre mim e Dani Calabresa naquela festa eu só falo na Justiça. Porque eu vou estar expondo a Dani aqui e a mim mesmo". Mas garantiu novamente que não houve assédio: "Essa narrativa é totalmente mentirosa. É nojenta, abjeta. É de alguém que quer muito me prejudicar. A gente tem diálogos carinhosos depois disso, onde ela diz que me ama, que quer viajar comigo", pontuou e mostrou à reportagem algumas conversas entre eles. E garantiu: "Todos os áudios e mensagens que eu tenho dela são periciadas e atestadas em cartório que são verdadeiras. Sem edições".
Para o artista, as acusações de Dani Calabresa fazem parte de uma vingança por ela ter sido cortada de um programa. "O que Dani Calabresa está fazendo comigo é um processo de vingança. Nós tivemos um desentendimento profissional em maio de 2019 quando numa leitura de um programa ela, diante de todos os autores, disse que o texto estava mal escrito e que ela queria os autores em quem ela confiava e que ela não queria fazer aquele programa com o Paulo Vieira, mas sim com o Bento Ribeiro, que trabalhou com ela na MTV", descreveu Melhem.
Segundo ele, neste dia várias pessoas que estavam na reunião deixaram o local chorando por terem se sentido humilhadas por Dani Calabresa e que, então, a decisão foi tirá-la do projeto. "Isso foi uma decisão artística nossa. Quando a gente não aceitou os pedidos dela, ela chorou. Eu fiquei 2h conversando com ela, pra ela reconsiderar. Até que chegou a um ponto em que a gente teve que tomar uma decisão, tirar ela do projeto, porque ela estava irredutível. Mas não fui eu, foi uma decisão coletiva. Nesse momento ela começa a ter ódio de mim".
Marcius então chama atenção para a data da festa em que é acusado de assédio por Calabresa: "Essa festa aconteceu no dia 4 de novembro de 2017 e esta reunião em que ela é tirada do programa, em maio de 2019. De 2017 a 2019, Dani Calabresa tem dezenas de mensagens de afeto, de carinho, de intimidade, de amizade para mim. Eu tenho provas importantes e testemunhas".
Segundo Melhem, difícil é mudar a opinião pública sem conseguir se manifestar: "Olha o que aconteceu com a Letícia Spiller que foi fazer um comentário a meu favor e precisou pedir desculpas porque foi cancelada. Hoje de manhã eu recebi a ligação de uma atriz conhecida que tinha feito um post nas redes sociais a favor de Dani, mas que disse que ficou sabendo de coisas, retirou o post e me pediu perdão".
"Muita gente acha que eu estou sendo acusado e processado na Justiça, mas não. Quem começou o processo judicial fui eu. O que essa advogada quis foi destruir o meu nome perante à opinião pública. E ela conseguiu porque meu nome hoje é sinônimo de assediador", lamentou Melhem.
E finalizou: "Eu temo o julgamento da sociedade porque na Justiça eu tenho certeza que vou provar que nada disso aconteceu. Eu pretendo recuperar minha vida porque neste momento a minha vida está destruída. E se em algum momento a justiça achar que qualquer ato meu tenha sido um crime, eu respondo e assumo a responsabilidade".
(Por Carmen Moreira)