Marcius Melhem foi denunciado por um suposto assédio moral praticado contra atrizes que integram humorísticos da TV Globo. Segundo o colunista Leo Dias, Dani Calabresa, vencedora da categoria "Comédia" do "Troféu Domingão", e Maria Clara Gueiros são alguns dos nomes que procuraram a direção da emissora carioca. De acordo com o jornalista, a denúncia ganhou reforço com os homens da casa. Marcelo Adnet, por exemplo, teria se pronunciado em favor das artistas. Em abril de 2017, José Mayer foi acusado de abuso sexual pela figurinista Su Tonani e, através de uma carta aberta, admitiu que errou e pediu desculpas. Na época, atrizes não se intimidaram e lançaram campanha contra o assédio e em solidariedade à Su Tonani. Em janeiro deste ano, a Globo anunciou o fim do contrato com o galã.
Por meio de seu departamento de Comunicação, a emissora se pronunciou: "Todo relato de assédio, moral ou sexual, na Globo é apurado criteriosamente assim que tomamos conhecimento. A Globo reafirma que não aceita qualquer tipo de assédio e, neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo". Sem assessoria de imprensa, Marcius não comentou as denúncias. No Instagram, fechado, apenas uma mensagem: "Atenção: Perfil para amigos e familiares". Até o momento, nenhuma das atrizes da Globo veio a público para comentar o assunto. Denúncias internas dentro da TV Globo, principalmente relacionadas a assédio, são assuntos proibidos para serem falados na web ou com a imprensa.
No início da semana, Melhem falou sobre o ataque contra o canal Porta dos Fundos, ocorrido na sede da produtora localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro. "Aceitam um Jesus bêbado, mas não aceitam um Jesus gay. A reação revela um pouco da parte preconceituosa desse país. Qual seria o problema se Jesus fosse gay? O ser humano é diverso, então Deus pode ser qualquer um de nós", afirmou ao jornal "O Globo". O canal retratou Jesus Cristo como gay no filme "Especial de Natal Porta dos Fundos: a primeira tentação de Cristo", que estreou no dia 3 de dezembro na Netflix. "Se Deus é nossa imagem e semelhança, poderia ser como qualquer um de nós. Por que Cristo tem que ser idealizado sempre do mesmo jeito, branco de olhos claros?", questionou o roteirista, relembrando de um episódio antigo: "Isso me remete à censura ocorrida no carnaval do Rio em 1989, quando a Beija-Flor foi proibida de usar uma alegoria que retratava Jesus como mendigo".
(Por Patrícia Dias)