Depois de Nicette Bruno ser elogiada pelo comentário contra homofobia no "Encontro com Fátima Bernardes", Mallu Magalhães causou polêmica nas redes sociais depois de sua participação no matinal, nesta sexta-feira (23). Isso porque a cantora fez um comentário sobre racismo reverso antes de cantar sua nova música de trabalho, "Você Não Presta", do álbum "Vem". "Essa também é para quem é preconceituoso e diz que branco não pode tocar samba", disse. No Twitter, o nome da cantora chegou a ficar em primeiro lugar nos Trending Topics e os internautas a criticaram pela declaração. "Mallu Magalhães falando de preconceito contra brancos. O mundo tá indo por água abaixo mesmo", disse um. "Mallu Magalhães defendendo racismo reverso em rede nacional. Sai da minha MPB agora", comentou outro. "Avisa lá a Mallu Magalhães que o samba tem cor e é negro e isso não é preconceito. É um fato. Brancos podem tocar, só precisam respeitar", ponderou um terceiro.
Outros, no entanto, demonstram apoio à mãe de Luiza, de um ano, fruto do casamento com Marcelo Camelo. "O que a Mallu Magalhães falou é simples: Qualquer raça, etnia, cor, etc pode tocar/vestir/cantar o que bem entender", defendeu um usuário da rede social. "Palmas para a Mallu Magalhães. Ultimamente tudo é 'apropriação cultural'. Somos todos iguais", afirmou outro. "Povo super problematizou o que a Mallu Magalhães disse. Ela não disse que era racismo reverso, disse que tem gente que julga brancos por cantarem samba", explicou um terceiro internauta.
No palco do programa de Fátima Bernardes, que assumiu ter aprendido a cozinhar tarde, Mallu ainda esclareceu a polêmica com o clipe de "Você Não Presta", que foi acusado de racismo por utilizar bailarinos negros. Segundo os internautas, o vídeo reforça a "hiperssexualização" dos negros. "Foi o extremo oposto da mensagem. Quando fiz o clipe, a minha ideia era um clipe de dança e convite para todos. Nenhum momento eu considerei a cor de ninguém na seleção de casting. Assim, nem reparei qual era o número de pessoas e que cor elas eram. Fiquei muito chocada mesmo. Um grupo de pessoas negras se sentiu ofendida, disse que eu estava usando o corpo negro para adornar o meu clipe. Não foi mesmo essa intenção. Gerou essa polêmica, mas a resultante disso foi muito interessante, porque foi um espaço de discussão e debate."
Assim como Ana Hikari, que lidou com o racismo desde a infância, Mallu disse que ficou aberta ao debate sobre o assunto depois da repercussão de seu novo trabalho na internet. "Foi um momento de educação. Até para mim. Hoje eu olho o clipe com outros olhos, sinceramente. Eu continuo com a minha opinião de achar que é um convite. Claro, não foi minha intenção, mas o debate que se ascendeu... A gente aprende também que não consegue prever a ferida dos outros. Nunca imaginei que alguém, por sua história, pudesse ressignificar. Me entreguei ao debate."
(Por Tatiana Mariano)