Leonardo Vieira trouxe à tona sua homossexualidade em janeiro deste ano, após sofrer ataques homofóbicos. E, em entrevista à revista "Caras", o ator contou que depois da carta aberta que escreveu, foi intimidado virtualmente. "Recebi uma ameaça no e-mail. Não tive coragem de abrir. Tenho lido mais mensagens no Instagram. E são muito positivas: agradecimentos, falam da minha coragem e força. Poucos me mandam coisas negativas. Me seguro nessas pessoas. Tinha medo disso interferir na minha vitalidade, no meu desejo de seguir em frente", ponderou.
À publicação, o artista relembrou quando descobriu-se homossexual. "Muito jovem. Acho que com 14 anos comecei a falar 'putz, tem alguma coisa estranha'. Por que fico olhando para os rapazes? Me incomodava um pouco na época. Isso sai fora do padrão social. Meu irmão, que é um pouco mais velho, já tinha namorada. Lutei um pouco contra. Até que vi que não dava mais para relutar e comecei a abrir as possibilidades. Foi difícil em casa. Isso pira a cabeça de muita criança", disse Leonardo, cuja mãe chegou a sugerir terapia como tratamento.
Tal como o comediante Paulo Gustavo, que já iniciou o processo de adoção e busca recorrer à inseminação artificial para ter herdeiros, Leonardo também tem o desejo de aumentar a família. "Que eu saiba, ainda não tenho. (risos) Adoraria ser pai", indicou o ator. Ele esclareceu ainda que sua sexualidade não interfere nos futuros papéis. "Fiz um homofóbico no teatro, na peça Nove em Ponto (peça estrelada por ele e Bianca Rinaldi), existe a possibilidade de fazermos algumas viagens, e o público adorou. Por que o cara que é hetero e faz um gay é ovacionado nacionalmente mas, o contrário, não pode, causa estranheza? Ficam aí vários questionamentos. O que aconteceu foi muito bacana porque abriu várias discussões. Por que homofobia não é crime? Quero que vire lei. Tudo que vai contra a dignidade humana tem que ser questionado", ponderou o ator.
(Por Marilise Gomes)