Juliano Cazarré já reclamou do machismo presente no Brasil ao chamar atenção por usar saia no Rock in Rio. Em entrevista para a revista "GQ" de fevereiro, o ator discutiu o comportamento, criticado anteriormente por Tainá Müller, e disse que tenta eliminá-lo do seu dia a dia: "Olha, eu sou filho de uma sociedade machista, e sei que o machismo pode aparecer em mim – não o machismo de agressão, da violência, mas sim os pequenos machismos. Tento identificar e eliminar logo, pedir desculpa. É a piada com os amigos, sacou? Isso pode ser eliminado sem dor. A vida não vai ficar mais sem graça ou pior se você não falar que a mina é uma galinha, que ela fez isso e fez aquilo...".
Atualmente no ar como o garimpeiro Mariano, da novela "A Força do Querer", o artista elogiou a mudança dos personagens masculinos na TV e apoiou a desconstrução do papel de "machão": "Acho que esse é o novo estereótipo do homem nas tramas. Aquele machão sem sentimentos não existe e não há mais interesse em cultivar esse personagem. Na atuação contemporânea, o homem é quase sempre representado com um ser cansado, fraco, débil... E isso não é uma reclamação. O homem está mesmo cansado, mas ele está se permitindo chorar, quebrar, pedir ajuda".
Casado com Letícia Cazarré, com quem possui dois filhos, o galã afirmou que há necessidade de protagonismo feminino na sociedade: "Acho que a gente precisa caminhar para um mundo com uma maior presença do feminino, um mundo mais sensível, capaz de amar, perdoar, se expressar. Homens e mulheres são capazes, mas acho que elas vão trazer isso com mais intensidade, conforme o planeta lhes der mais cargos, voz, espaço e visibilidade".
Cazarré foi questionado se ainda possui espaço para rebeldia no cotidiano e garantiu: "Claro, mas com o tempo ela vai ficando mais inteligente, mais profunda e menos pueril. Quando a gente é jovem, tem a nudez, o palavrão, o enfrentamento, mas aí fica mais velho e a rebeldia é contra coisas mais graves. Com tanto Trump, Kim Jong-un, m**** no Brasil e no mundo, não dá pra perder tempo com o que é supérfluo".
(Por Tatiana Mariano)