Camilla Miguel fez um desabafo sobre a morte do irmão, Rafael Miguel, e dos pais, João Alcisio e Miriam Selma, assassinados em São Paulo pelo comerciante Paulo Cupertino Matias, sogro do ator, que não aprovava o namoro da filha, Isabela Tibcherani, alvo de críticas nas redes sociais. "Não sei exatamente quantos dias fazem do pesadelo que estou vivendo. Sei que posso contar, mas não quero parar pra pensar. Sei que já passou mais de uma semana, e sei também que essa semana pareceram horas. Todo dia parecia que aconteceu ontem. As lembranças do maior trauma que vivenciei virou um borrão, daqueles que você lembra muito do que aconteceu, viu e sentiu, mas parece tudo um filme, com uma névoa na frente de tudo", disse no Instagram nesta quinta-feira (20).
Camilla comentou a fase ruim que vem enfrentando após perder a família. "Me perguntei, sempre que via alguém perder alguém ou parte da família, como continuava a viver, como a pessoa estava falando, ou de pé, ou acordada, depois de dias de tudo isso. Hoje sou eu essa pessoa. Que dias depois teve que começar a lidar com burocracias de 3 pessoas que se foram e 1 que ficou. O luto é diferente, tem médios e baixos. Consigo rir e sorrir, mas dói demais fazer isso e logo sinto que não quero estar sorrindo ainda. Consigo ser firme na conversa, mas não por muito tempo. Mas o fato é que eu escolhi ficar. É isso mesmo, eu escolhi continuar vivendo porque a vontade sinceramente é, de verdade, abrir o buraco onde minha família está e deitar com eles. É não ficar pra lidar com esse sufoco de dor. É desistir, deixar a tristeza tomar conta e não sorrir, não ser firme, não levantar. Mas aí eu não estaria vivendo, e por mais que seja um caminho doloroso, eu escolhi e estou escolhendo dia após dia, hora após hora, viver. E existe uma certa agonia em viver logo, afinal, o trauma também traz medo e não sei quando minha chance vai acabar", falou a irmã de Rafael, homenageado com tatuagem pela namorada, que pediu medida protetiva contra o pai.
Tentando se agarrar ao que pode, Camilla continuou. "Eu ainda não entendi tudo. Eu nunca vou superar porque este luto é diferente e vem com muita repetição da negação e do cair da ficha. Mas eu sinto desesperadamente uma vontade de continuar, de me curar. Se um dia eu vou conseguir sair desse looping, não sei. Se um dia vou conseguir olhar alguém com os pais e não sentir inveja, não sei. Ou se um dia vou conseguir observar as pessoas sem pensar 'como queria que meu dia fosse só mais um comum assim', não sei. Só sei que escolhi o caminho mais doloroso e difícil... o de ficar", finalizou a jovem que, assim como a cunhada, Isabela, sofre com a morte de Rafael, que lutava contra a depressão.