A edição do último domingo (4) do "Fantástico", na Globo, trouxe uma matéria sobre turismo na Disney durante a pandemia do novo coronavírus. Uma parte do programa foi feita em parceria com o empresário Rodrigo Branco e revoltou os telespectadores. Isso porque a substituta de Poliana Abritta na atração vem ser Maju Coutinho, vítima das injúrias raciais disparadas por Rodrigo durante uma live em março deste ano. Na época, o famoso guia de turismo de celebridades em Orlando comentou que o posto da âncora do "Jornal Hoje" seria resultado do fato da jornalista ser negra.
Depois da repercussão negativa que a participação causou na web, o departamento de comunicação da Globo explicou ao jornal "O Dia" que não percebeu que Rodrigo era responsável pelas declarações preconceituosas. A emissora também afirmou que se retratou com a apresentadora, vencedora na categoria jornalismo no Troféu Domingão 2019. "'O Fantástico' lamenta não ter se dado conta de que era a mesma pessoa. E já se desculpou com Maria Júlia Coutinho", disse o comunicado.
Muitos internautas não viram a matéria com bons olhos a matéria e criticaram o programa. "O Fantástico errou feio em pedir para o Rodrigo Branco sobre como está o turismo na Disney durante a pandemia Ele é o mesmo que foi racista com Maju, jornalista da emissora. O posicionamento antirracista precisa ser firme sempre", falou Gabi Coelho, jornalista do "Estadão". "A Globo chamou aquele Rodrigo Branco para uma reportagem do Fantástico, sendo que ele foi racista com Maju Coutinho e a Thelminha. Nojo", reclamou outra. "Não acredito que o Fantástico deu palco para o racista Rodrigo Branco depois dele falar o que falou da Maju", lamentou uma terceira.
Recentemente, Maju participou do "Altas Horas" e avaliou as manifestações contra o racismo. "Vejo luz no fim do túnel. Esse movimento que ganhou muita força por causa do George Floyd, nos Estados Unidos, que foi assassinado pelo policial que o sufocou. Quando comecei a narrar aquilo, foi um soco no estômago. Não tive um primeiro contato, teve que narrar pra valer e o absurdo era tamanho que revirou o meu estômago, foi bem difícil aquele dia. Isso gerou uma onda de indignação e comoção. Fico muito feliz ao perceber a participação das pessoas que não são negras nessa luta, isso, pra mim, foi uma marco de 2020, não é uma luta só nossa, é uma luta de todas. Enquanto houver racismo, não há democracia", declarou.
(Por Patrícia Dias)