Maria Júlia Coutinho foi a jornalista escolhida pelo público para ganhar o troféu do Melhores do Ano de 2019, do "Domingão do Faustão". No comando do "Jornal Hoje", Maju agradeceu o carinho de todos os que votaram e fez um discurso empoderado. "Estou aqui representando uma equipe de 40 pessoas do 'Jornal Hoje', num tempo muito difícil do nosso país. Num tempo em que alguns governantes flertam com o autoritarismo, com atitudes antidemocráticas", disse, sem citar nomes. Faustão afirmou que, por ser amigo pessoal da apresentadora, sabe que ela já enfrentou muitos obstáculos para alcançar suas metas profissionais. "Eu sei o que ela passou e precisa ser muito forte nesse país pra superou o que ela superou", afirmou o comunicador.
"Quando a gente vira uma pessoa pública, a gente tem que estar blindado pra isso. A gente é muito atacado porque está na mídia. Tem o pessoal que me adora e o que pode me odiar. E para aquela pessoa que tem atitude criminosa a gente chama a lei e está tudo certo", ponderou Maju, relembrando o episódio em que foi atacada por haters. E garantiu que nem pensa em desistir da profissão por causa desse tipo de ataque: "A gente tem que marcar presença e se faz necessária a presença de jornalistas profissionais num mundo tão polarizado como o de hoje", explicou.
Logo que apareceu no "Jornal Nacional" Maria Júlia Coutinho começou a sofrer ataques virtuais por sua cor da pele. Na ocasião, apresentadores do telejornal e toda a equipe do mesmo manifestaram seu apoio à colega de trabalho. Apesar disso, Maju desabou ao voltar pra casa. "Minha mãe se abalou, ficou mal. E eu fechei a porta do quarto e chorei abraçada com o meu marido. Um choro por me sentir também acariciada por milhares de pessoas que se solidarizaram", contou. Mas logo em seguida levantou a cabeça: "Muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores (...) Eu já lido com essa questão do preconceito desde que me entendo por gente (...) Fico muito indignada, mas não esmoreço, não perco o ânimo (...) A militância que faço é o meu trabalho, com carinho, dedicação e competência".
Ex-jornalista da Globo, Carla Vilhena não aprovou a cobertura feita por Maju da morte do diretor Jorge Fernando. "Por mais que ele tenha sido divertido em vida, está morto. Repórter, não precisa berrar tanto. Apresentadora, vamos evitar rir depois das cenas de arquivo. Eu optaria por uma reação mais discreta. É isso que ensino pros meus alunos. Menos é mais", orientou. Pouco depois, Vilhena ponderou: "Ela é linda e carismática, mas muita água tem que rolar pra alguém ficar seguro na apresentação de um jornal ao vivo".