Intérprete do "Garoto Bombril", Carlos Moreno foi parar no livro dos Recordes tamanha a longevidade de seu personagem nas campanhas publicitárias do material de limpeza. O artista que não escondeu a decepção ao deixar de fazer os anúncios e que já integrou um programa infantil na TV Cultura, onde era visto com um visual bem diferente, não é só um ator.
A gente pode dizer que Moreno, batizado de Carlos Alberto Bonetti Moreno e nascido em São Paulo, é multifacetado. Afinal, o "Garoto Bombril" se formou em Arquitetura na USP e fez mestrado em Desenho Gráfico nos EUA. Além disso, já foi figurinista e cenógrafo, além de ter atuado em musicais.
E não é só isso. Chegou a assumir a direção da Divulgação da Associação Brasileira de Alzheimer, doença diagnosticada em sua mãe. Já a estreia nas artes ocorreu bem cedo, aos 11 anos e no teatro, onde acabou sendo descoberto pela equipe responsável pelos anúncios da Bombril.
Nessas peças publicitárias, ele interpretou personagens e fez homenagens a nomes como Gil Gomes, Che Guevarra, Bill Clinton, e Silvio Santos, e chegou a dividir a cena com Pelé.
Hoje afastado dos comerciais de televisão, Moreno já chegou a imaginar a morte do seu personagem mais famoso. E como seria o "céu ideal" para o "Garoto Bombril". "Queria que fosse para o céu forrado de nuvens de BomBril, cheio de anjos com auréolas limpas com esponja de aço", disse em entrevista nos anos 1990.
Já em outra oportunidade, o artista entregou o segredo do personagem criado por Washington Olivetto, que morreu em meados deste mês. "Foi um choque na época mostrar um cara que não era bonito, que era falível, que não falava 'eu sou o melhor, o meu produto é o melhor', que era muito humano", apontou ele, que teve passagem também pelo programa "Viva o Gordo", nos anos 1980.