Eterno "Garoto Bombril", Carlos Moreno em 1991 chegou ao 100º comercial da marca de produtos de limpeza. Na década seguinte, a parceria iniciada no fim dos anos 1970 seria desfeita para mágoa do artista, que somou mais de 340 peças publicitárias para os produtos Bombril, o que o levou a lugar no Guinness Book, o livro dos recordes.
Visto também com visual bem diferente em programa infantil, Carlos contou ao jornal "Folha de S.Paulo" em 11 de março daquele ano que o personagem criado por Washington Olivetto (1951-2024) teria pelo menos mais cinco anos de vida e apontou uma evolução deste. "Ele ganhou com a minha experiência e de toda a equipe. Acho também que ficou mais confiante depois que foi readmitido no ar pela empresa", analisou.
Na conversa, Carlos abordou ainda uma possível morte do vendedor de palhas de aço, amanciante e sabão em pó. "Quem sabe quando vai morrer?", questionou, descrevendo o "céu ideal" para receber seu personagem. "Queria que fosse para o céu forrado de nuvens de Bom Bril, cheio de anjos com auréolas limpas com esponja de aço", frisou.
O artista lembrou ainda que com o tempo, o personagem passou a ganhar a admiração de homens. "É gozado que no início somente as mulheres elogiavam meu trabalho. O homem, no máximo, dizia que a mulher ou a mãe eram minhas fãs. Havia um preconceito em relação ao meu perfil masculino", indicou Carlos.
"Hoje (1991) mudou, os homens também me cumprimentam pelos comerciais. Eles perceberam a necessidade de se adequar a um novo tipo de relação entre as pessoas", apontou, negando que o personagem gostava de dividir a cena com outras criações da publicidade como a Galinha Azul, que em 1989 esteve à frente de uma promoção ligada a grande mistério de novela da Globo.