Gal Costa comemora 68 anos nesta quinta-feira (26). A baiana, que foi eleita melhor cantora no 2º Prêmio Contigo! MPB FM de Música em agosto deste ano, está em sétimo lugar na lista da "Rolling Stone Brasil" como uma das 100 maiores vozes da Música Brasileira. Em junho, ela foi cotada para o encerramento do 24° Prêmio da Música Brasileira, mas acabou sendo substituída por Ney Matogrosso, devido a uma forte gripe. Seu último álbum de trabalho, "Recanto", de 2011, é o trigésimo lançado em sua trajetória, no qual as músicas foram escritas pelo cantor e compositor Caetano Veloso, que também assinou a produção.
A parceria de Gal com Caetano já é antiga. A artista conheceu ele e sua irmã Maria Bethânia em 1963, e com eles, Gilberto Gil e Tom Zé montou o espetáculo "Nós, por Exemplo", em 1964. Seus dois primeiros CDs, na década de 60, contaram com a participação dele. A diferença de "Recanto", segundo a crítica, são os toques eletrônicos, diferente da bossa, do samba e da MPB presentes em sua carreira.
Segundo a estreante cantora Tulipa Ruiz, em depoimento à "Rolling Stone", Gal fez parte de seu amadurecimento como pessoa e profissional. "O legal do disco mais recente dela, 'Recanto', é que as músicas foram feitas pra ela – e a gente percebe essa densidade. É bonito de ouvir. Cresci ouvindo Gal, amadureci ouvindo Gal", declarou Tulipa.
Madrinha da cantora Preta Gil, ela também assinou trilhas das novelas e minisséries nacionais, dando mais de 60 músicas às produções. Algumas delas foram: "Brasil", para "Vale Tudo", "Jovens tardes de domingo", para "Zazá", "Pra você", em "Torre de Babel", "Caminhos do mar" , em "Porto dos Milagres", "Dono dos teus olhos", em "Senhora do Destino" e "Mar e sol" em "Viver a Vida" e "Prova de Amor".
Em 2007, a cantora realizou o sonho da maternidade após adotar uma criança, Gabriel, de 8 anos. Na época da divulgação do seu último trabalho, disse em entrevista ao jornal "O Dia" sobre a sensação de ser mãe: "Não gosto que digam que é o filho adotado da Gal. A maternidade é um sonho de anos. Eu nunca conseguia engravidar e, quando fui investigar, descobri que tinha uma obstrução nas trompas. Àquela altura, não dava tempo de recorrer a laboratório, essas coisas. Desisti e fiquei triste", explicou a artista, em janeiro de 2011.
A ideia da adoção surgiu após ela assistir a uma reportagem na TV. "Fiquei horrorizada com a história de uma mulher que tinha jogado o filho numa lagoa. A partir daí, liguei para a Glória Maria e comecei a pensar em adotar. Encontrei o Gabriel, que é uma criança por quem me apaixonei. Parece que ele estava esperando por mim. É como se eu tivesse parido".
À revista "Veja São Paulo", ela falou sobre a transformação que viveu com a chegada de Gabriel. "Algumas coisas acontecem na nossa vida e faz a gente se renovar e ver a vida de uma ótica diferente a cada dia que passa. A maternidade é capaz de fazer isso. Ela é uma das coisas mais instigadoras, revolucionárias e transformadoras que existem. Eu sempre tive o sonho de ter filhos e está sendo muito bom. Sou aquela mãe que vai à reunião da escola, busco, levo e participo. Ajudo até nos deveres de casa. Quando o Gabriel era pequeno, ele viajava muito comigo, mas não vai mais porque está sendo alfabetizado".