Biografia
- Nascimento : 7 de agosto de 1942
- Idade : 82 anos
- Signo : Leão
- País : Brasil
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, ou simplesmente Caetano Veloso, é um músico, compositor, arranjador e escritor, famoso por ter feito muitas canções de sucesso, como "Alegria, alegria". Internacionalmente conhecido, é considerado um dos maiores artistas da música brasileira. Nascido em uma das cidades mais antigas do país, o município baiano de Santo Amaro, que depois ficou conhecido como Santo Amaro da Purificação, em 7 de agosto de 1942, é o quinto dos oitos filhos do funcionário público dos Correios, José Teles Velloso, falecido em 1983, e de Claudionor Viana Teles Velloso, a centenária dona Canô, nascida em 1907.
Na adolescência, influenciado pelo movimento da Bossa Nova e declaradamente pelo estilo de João Gilberto, pela música de Luiz Gonzaga, assim como pelos ritmos da região do Recôncavo Baiano, como o samba de roda e as cantigas do candomblé, desistiu de trabalhar com cinema e começou a pensar em seguir uma trajetória musical. É em 1960, quando se muda com a família para Salvador, que Caetano começa a viver mais intensamente a experiência artística: escreve críticas de cinema para o "Diário de Notícias", na seção de filmes do jornal dirigida por Glauber Rocha, e começa a tocar em bares ao lado da irmã, a cantora Maria Bethânia. Três anos depois, conhece Gilberto Gil, Gal Costa (ainda Maria da Graça) e Tom Zé, e realiza seu primeiro trabalho musical assinando a trilha sonora das peças "A Boca de Outro", de Nelson Rodrigues, e "A Exceção e a Regra", de Bertolt Brecht, montagens do diretor baiano Álvaro Guimarães.
Em 1964, ao lado dos novos companheiros, participa dos eventos de inauguração do Teatro Vila Velha, dentre os quais o show "Nós, Por Exemplo", lançando um novo tipo de estrutura de espetáculo musical que se consolidaria pouco tempo depois. No ano seguinte, Maria Bethânia é convidada a substituir a cantora Nara Leão no show "Opinião", no Rio de Janeiro, e Caetano também se muda para a cidade. Lança seu primeiro compacto simples, que trazia duas músicas: "Cavaleiro" e "Samba em Paz". Ainda no ano de 65, conhece, enfim, João Gilberto, e participa do espetáculo "Arena Canta Bahia", dirigido por Augusto Boal, e apresentado no Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, em São Paulo.
A década de 60 ainda traria muitos acontecimentos na vida de Caetano. Em 1967, apresenta "Alegria, Alegria", no terceiro Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, acompanhado do conjunto argentino "Beat Boys", juntamente com Gil, que apresenta o clássico "Domingo no Parque", ao lado do grupo "Os Mutantes", banda formada por Arnaldo Baptista, Sérgio Dias e Rita Lee. Naquele momento, o movimento tropicalista, inspirado na filosofia antropofágica do Modernismo brasileiro, já propagava a necessidade de uma arte brasileira autêntica. O marco da geração é o lançamento do disco "Tropicália ou Panis et Circencis", em 67.
O momento político tenso e agravado em 1968 pelo decreto do Ato Institucional Nº5 ou AI-5, faz com que Caetano seja preso em 69 e parta para o exílio político em Londres, onde se aproxima ainda mais de Gil e do compositor Jorge Mautner, ambos também exilados na cidade. Antes da partida, Caetano deixa as bases de voz e violão do próximo disco, "Caetano Veloso", que receberam o arranjo de Rogério Duprat. De Londres, envia canções a grandes intérpretes brasileiros, como Gal Costa, Maria Bethânia, Elis Regina, Erasmo Carlos e Roberto Carlos. Um marco da década de 70 foi o lançamento do LP "Caetano e Chico juntos e ao vivo", em 72, com músicas de Chico Buarque cantadas por Caetano e vice-versa, depois de três anos de exílio. Em 1976, Caetano, Gil, Gal e Bethânia se encontram novamente. Dez anos após o lançamento do show "Nós, Por Exemplo", os "Doces Bárbaros" estreiam no Anhembi, em São Paulo, para comemorar uma década de carreira solo dos componentes.
No início da década de 80, lança o álbum "Outras palavras", com grandes sucessos da carreira, como "Lua e Estrela", e conquista o primeiro disco de ouro. A parceria com Chico Buarque, iniciada ainda nos anos 60, continua: em 86, estreia na TV Globo o programa mensal "Chico e Caetano", em que os dois artistas interpretaram músicas do repertório e receberam como convidados grandes nomes da música internacional, a exemplo do compositor e instrumentista argentino, Astor Piazzolla, e do maestro Tom Jobim.
No final de década conquista dois prêmios, Shell e Sharp, ambos no mesmo ano de 89. Artisticamente, a carreira de Caetano se diversificou bastante. Nos anos 90, escreve o livro "Verdade Tropical" (1997) e ganha a categoria MPB do Video Music Brasil, em 1998. Depois conquista o melhor álbum e melhor álbum de MPB por "Livro", no Grammy e no Grammy Latino, respectivamente, em 2000. Recebeu ainda o Prêmio Multishow de melhor cantor em 2001 e, dois anos depois, canta na cerimônia do 75º Oscar. Caetano Veloso seguiu, paralelamente, escrevendo artigos para jornais e revistas e compondo trilhas para cinema e tendo muitas das suas canções inseridas em grandes obras da sétima arte.
Depois de ter sua música na cena final do filme "A Flor do Meu Segredo" (1994), de Pedro Almódovar, o diretor espanhol convidou o compositor a cantar no set "Cucurrucucú Paloma", no filme "Fale com Ela". Caetano compôs ainda para "Tieta do Agreste"(1996), de Cacá Diegues, e dirigiu trilhas sonoras, a exemplo de "O Coronel e o Lobisomem" (2005), "O Bem Amado" (2010) e "Reis e Ratos" (2012).
Em 2006, com influências do rock, lança o álbum "Cê" e o CD e DVD "Zii E Zie - MTV - Ao Vivo, em 2010. No ano seguinte, emplaca mais um álbum, "Caetano e Maria Gadú - Multishow - Ao Vivo", e segue em turnê com a cantora. Produz e dirige ainda o CD e o show, "Recanto", em 2011, que marca o retorno de Gal Costa ao cenário musical.
Caetano foi casado duas vezes. O primeiro casamento foi com Dedé Gadelha, em 1967. Com ela teve dois filhos: Moreno, em 1972, e Júlia, que nasceu em 79, mas faleceu dias depois. Em 1986, já separado de Dedé, se une à atriz e produtora Paula Lavigne, com quem ficou casado 19 anos. Com Paula teve dois filhos: Zeca e Tom, nascidos em 1992 e 1997, respectivamente. Caetano é avó de Rosa e José, filhos do seu primogênito, o músico Moreno Veloso.