Belo lamentou a prisão da filha caçula, Isadora Alkimin Vieira. A jovem, de 22 anos, foi detida sob acusação de integrar uma quadrilha especializada em golpes por meio eletrônico, ligada à maior facção criminosa do Rio de Janeiro. "Não tenho o que falar, não consigo falar nada. Primeiro preciso entender. O advogado está entrando no processo. Ela mora em São Paulo e estava aqui no Rio. Eu nem sabia! Minha mãe tem 80 anos, mora comigo, estou saindo da Covid-19 hoje. A última vez que ela esteve aqui na minha casa foi no Carnaval", afirmou à "Quem" nesta quinta-feira (12).
Belo demonstrou surpresa com a situação. "Ela faz faculdade de odontologia, está no terceiro período. Não entendi nada até agora, ela não tem necessidade de nada disso. Ela mora com a mãe, ganha dez salários mínimos por mês da pensão que eu pago. Sempre paguei tudo para ela, a vida inteira. Sempre fui um pai presente. Estamos atordoados, sem entender nada. Ela mora na Zona Leste de São Paulo, tem uma vida boa, é filha única da mãe dela. Agora preciso entender o que está acontecendo. Só entrei no caso agora, fui um dos últimos a saber, a mãe dela não tinha nem me comunicado. Mas vou fazer o que for preciso para ajudar a minha filha", garantiu.
Após uma audiência de custódia que aconteceu em Benfica, Zona norte da cidade, o juiz decidiu por manter a prisão de sete mulheres, incluindo a filha de Belo. As outras envolvidas, presas por praticarem golpes eletrônicos com participação de motoboys ligados a traficantes do Comando Vermelho, seguem em prisão domiciliar por serem mães de crianças menores de 12 anos.
O delegado titular da Delegacia de Combate às Drogas, Gustavo Castro informou que as acusadas podem pegar até oito anos de prisão. "As 12 mulheres foram presas em flagrantes pelo crime de organização criminosa que tem uma pena de três a oito anos e vão também responder por cada estelionato que praticaram. Elas trabalhavam em uma central clandestina de telemarketing, montada em um apartamento alugado na Barra da Tijuca e ganhavam 15% de comissão, que girava em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil por cada golpe aplicado", falou ao "Uol".
Segundo Gustavo, a quadrilha agia há pelo menos três meses e tinha entre suas principais vítimas, idosos. "Eles utilizavam um software que imitava o atendimento bancário dos cartões e induziam essas pessoas a levar esses cartões a uma central de segurança em 20, 30 minutos e, as pessoas diziam que não conseguiriam, então elas ofereciam o serviço de motoboys", explicou o delegado. De posse do cartão, durante as ligações, as criminosas conseguiam obter a senha e faziam a compra em máquinas de cartões.
(Por Patrícia Dias)