Já ouviu falar sobre o efeito platô? O nome pode soar até estranho, mas você certamente já viveu ou conhece alguém passou pela seguinte situação: após uma reeducação alimentar ou dieta, a perda de peso do início foi animadora e, com o passar do tempo, a dificuldade em baixar o número na balança aumentou.
De acordo com o médico Dr. Márcio Velasques, especialista em emagrecimento, isso acontece porque durante os primeiros cinco dias de dieta, em torno de 70% da perda de peso acontece por conta da eliminação líquidos retidos, ou seja, água.
"A princípio, você deve avaliar mudou a alimentação ou se reduziu a dedicação à atividade física. Se nada disso aconteceu, existem outros fatores responsáveis pelo efeito platô",
Outra explicação para o fenômeno é a teoria do "set point". Segundo o especialista, nosso corpo é programado por mecanismos fisiológicos, geneticamente determinados, para apresentar um certo peso, ou um 'set point'. Se desviarmos desta marca, nosso organismo realizará ajustes metabólicos para retornar ao peso normal.
"O ganho de massa muscular, alcançado através da prática de exercícios, pode fazer com que o ponteiro da balança suba ou se mantenha, mas isso não quer dizer que você engordou. Uma avaliação nutricional deverá levar em conta não somente o peso, como também a massa muscular e a gordura corporal, pois o músculo é mais denso e mais pesado que a gordura", aponta.
- Alterar os hábitos alimentares
Quando se faz a mesma dieta por um período prolongado, o organismo fica acostumado com a quantidade de calorias e nutrientes que vão ser consumidos diariamente. Para que não existam alterações em processos metabólicos, adapta-se, havendo diminuição do gasto energético para manter o bom funcionamento do organismo e desacelerando o processo de queima de gordura e de peso.
- Mudar o tipo e a intensidade do treino
Ao mudar o tipo e a intensidade do treino, é possível estimular o corpo a gastar mais energia, evitando o efeito platô e favorecendo a perda de peso e ganho de massa muscular. Em algumas situações, pode ser interessante ter acompanhamento de um profissional de educação física para que possa ser estabelecido um plano de treino de acordo com o objetivo de modo a promover diferentes estímulos para o corpo.
- Beber água durante o dia
A água é fundamental para o bom funcionamento do organismo, ou seja, para que os processos metabólicos aconteçam. Na ausência ou pouca quantidade de água, o corpo passa a guardar energia para realizar o metabolismo, interferindo no processo de perda de peso e favorecendo o efeito platô. Por isso, é recomendado beber pelo menos 2 litros de água por dia, inclusive durante a prática de exercícios.
- Descansar
Ao descansar, é possível promover a regeneração muscular, o que permite o ganho de massa muscular, que é essencial para o aumento do metabolismo e queima de gordura. Além disso, dormir bem ajuda na regulação dos hormônios relacionados com a fome, que são a grelina e a leptina, possuindo, portanto, efeitos positivos na perda de peso.
- Evitar dietas restritivas
É recomendado também não fazer dietas restritas por um longo período e sem orientação nutricional, pois além de poder resultar em deficiência de nutrientes e favorecer o efeito platô, pode ter como consequência distúrbios alimentares, como a compulsão, por exemplo, e o efeito sanfona, em que após a perda de peso, a pessoa volta a ter o peso inicial ou mais.
O médico ainda ressalta que, se mesmo assim, seguindo todas as orientações o efeito platô persistir, é imprescindível conversar com um profissional. "Isso acontece porque, provavelmente, já está na hora de fazer ajustes nos nutrientes da dieta. Alguns alimentos podem provocar intolerâncias, decorrentes de processos imunológicos, e um desses sintomas é a dificuldade de emagrecimento", finaliza o Dr. Márcio Velasques.