Danton Mello não conteve as lágrimas no velório de Caio Junqueira, nesta quinta-feira (24). Além do irmão de Selton Mello , outros famosos como Mariana Ximenes e Heitor Martinez passaram pelo velório do ator, morto um dia antes, no cemitério São João Batista, Zona Sul do Rio. Caio que tinha 42 anos sofreu um grave acidente de carro no último dia 16 e ficou uma semana internado em estado grave. O ator de produções como "Tropa de Elite" e "Ribeirão do Tempo" capotou seu veículo e bateu em uma árvore após perder o controle da direção. "Caio era um irmão, o Caio e o Jonas (Torres, meio irmão dele). Uma grande perda, trágica... Era um cara alegre, talentosíssimo. Fizemos vários trabalhos juntos e tínhamos uma amizade fora do trabalho. Era muito alegre, muito companheiro, parceiro, amigo para todas as horas. É muito triste, ele era muito novo...Que ele vá em paz (com a voz embargada), porque ele está em um lugar bem", disse ao Purepeople.
Pelas redes sociais, vários amigos e colegas de trabalho lamentaram a morte do filho do também ator Fábio Junqueira (falecido em 2008). Ainda pela web, sua ex-namorada, Giselle Itié, enviou uma mensagem de pesar. Também pelas redes sociais, Selton Mello homenageou Caio. "Caio para sempre. Querido do peito até não mais poder. Não cabe aqui tudo que ele significa. Aliás, aqui cabe quase nada. A vida é curta, ela voa. Nunca mais a risada única dele. Seu alto astral, sua educação, sua energia. Nunca mais ouvir Led Zeppelin sem lembrar do amigo amado. Amigos desde a infância, atores mirins, ele e Jonas, como Danton e eu. Muita história, muitas e muitas, muitas aventuras ao lado desse cara diferenciado. É isso. Tempos de telas e telinhas. Algoritmos", iniciou.
Ainda em seu depoimento, Selton fez uma declaração para o amigo e um pedido. "O que fica disso: Viver. De fato. Mais e mais e mais. Janelas no lugar de telas. Eu quero janelas. Cada vez mais. E mais e mais e mais. Encontrar quem é do peito. De verdade. As lembranças ficam. Pra sempre. Inacreditável e doloroso demais saber que esse camarada doce, do bem, não mais estará. Nesse espaço terreno. Mas estará e muito dentro. Dentro de mim. E de quem o amava. De quem teve a sorte rara de poder ser seu amigo. Eu amava esse meu amigo irmão Caio Junqueira. Agora ele segue em mim. Sempre, sempre, sempre. Eu sou Caio em um trabalho nesse momento e isso ganhou um significado transcendental. Você segue aqui, Caio. Do lado de dentro. Eu te amo. Para sempre", finalizou Selton. No velório e no sepultamento, também estiveram, entre outros, os casais André Gonçalves e Danielle Winits e Gabriel Gracindo e Rayana Carvalho, além de Heitor Martinez, Jorge Pontual, Jonas Bloch, André Ramiro e Ângelo Paes Leme (que na TV viveu irmão de Caio na série "José do Egito").
O caixão de Caio foi coberto por uma bandeira do Flamengo e o padre Gabriel Coelho celebrou a missa de corpo presente. Rodrigo Santoro também lamentou o falecimento do ator, que estreou na TV ainda criança na extinta TV Manchete. "É uma perda imensurável", resumiu. O ator e diretor Pedro Vasconcelos fez coro. "É um momento difícil é uma perda irreparável para todo mundo. Não dá para dimensionar o tamanho da importância dele como ator. Ele é um dos mais brilhantes da nossa geração. Foi um cara incrível, um menino maravilhoso. marcado na história do cinema e da televisão, um ator maravilhoso. É só olhar para o sorriso que tem nas fotos dele que vocês verão quem ele era, é uma perda irreparável", afirmou. Claudia Ohana também se despediu do colega. "Era uma pessoa muito carinhosa, querida, muito feliz, não tinha tempo ruim para ele. É uma tristeza ter ido tão novo", afirmou.
Já José Lavigne recordou um dos primeiros trabalhos de Caio, ainda na infância. "Fiz uma peça com ele quando ele tinha seis anos. A peça era de 18h às 0h e ele entrava 20 minutos antes de acabar e o Fabio, o pai dele, o acordava. E ele nunca se acomodou e foi se transformando em um ator cada vez melhor", destacou. André Ramiro, com quem Caio contracenou no filme, destacou o coleguismo do ator. "Alegre, encantador, sempre motivando as pessoas ao redor. Foi um grande irmão para mim e para muitos que estão aqui hoje. Ele era de uma alegria muita intensa e de um sorriso que contagiava. Foi muito importante no início da minha carreira porque me acolheu como irmão, nos conhecemos nos testes do filme e ali percebemos que havia uma conexão especial. Mantivemos essa irmandade para a vida", frisou. "O momento mais marcante que tenho dele é uma vez estávamos em uma comemoração do 'Tropa' e ele olhou no meu olho, bateu no meu peito, e disse que eu era um irmão de alma dele. É uso que fica para mim. Estou me despedindo não só de um grande artista, mas de um ser humano incrível. Precisamos de mais gente como ele no mundo", finalizou.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Guilherme Guidorizzi)