A disputa pelo patrimônio milionário de Cid Moreira ganhou um novo desdobramento. Um testamento elaborado pelo ex-apresentador do "Jornal Nacional" exclui do direito à herança os filhos Roger Felipe Naumtchyk e Rodrigo Razendev Simões Moreira. Nos últimos anos, ambos fizeram uma série de acusações contra Cid e nem foram às cerimônias de despedida ao jornalista morto aos 97 anos no último dia 3.
Ao justificar, Roger afirmou temer pela própria vida caso comparecesse ao velório (foram três, Petrópolis, Rio de Janeiro e Taubaté) ou sepultamento (naquela cidade de São Paulo). Logo após a morte do pai, porém, ele e o irmão correram para entrarem na Justiça pela abertura do inventário.
De acordo com o advogado Davi de Souza Saldaño, que representa Fátima Sampaio Moreira, viúva de Cid, Roger e Rodrigo foram deserdados pelo pai em testamento. "Ele [Cid Moreira] manifestou em testamento público, motivadamente, a vontade de deserdar os dois filhos, com base na indignidade prevista no Código Civil brasileiro, excluindo-os da sucessão", relatou à "Folha de S.Paulo".
Segundo Saldaño, anualmente Cid refazia o documento e anexava documentos que comprovavam a sua capacidade. "A postura demonstra, de forma indisfarçável, que eles nunca tiveram interessados em outra coisa senão o patrimônio do pai. Roger e Rodrigo moveram diversas ações cíveis e criminais contra o pai e sua esposa Fátima, todas sem sucesso. O Ministério Público observou o desvio de conduta e os acusou pela prática de denunciação caluniosa", prosseguiu.
Cid Moreira foi sepultado em sua cidade natal sob forte emoção da viúva, a quem conheceu em partida de tênis nos anos 2000. O apresentador ficou à frente do "JN" por cerca de 26 anos e deu aproximadamente 8 mil "boa noite", mas no encerramento de uma edição de 1987 trocou a despedida e quebrou o protocolo.