O mês de Outubro, marcado pela campanha de prevenção ao câncer de mama, está se encerrando. Mas isso não deve significar o fim dos cuidados sobre a doença. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), sinalizam que a doença pode ter feito pouco mais de 18 mil vítimas apenas em 2021.
A ginecologista Dra. Viviane Monteiro afirma que uma das práticas mais efetivas na prevenção ao câncer de mama - vencida por diferentes famosas que viram verdeiras inspirações na web - é o hábito de praticar o autoexame periodicamente.
"Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para se atentar a alterações suspeitas", recomenda a especialista.
A dúvida sobre quem deve fazer o autoexame é uma das mais comuns entre as pacientes. Por isso, a médica explica que ele não tem contraindicações.
"O autoexame das mamas pode ser realizado em qualquer idade e tem ainda mais validade nas mulheres que não entraram na faixa de rastreio da doença por meio da mamografia, ou seja, antes dos 40 anos. Durante a palpação é importante avaliar o tamanho, a forma e a cor das mamas, além de notar se há inchaços, saliências, nódulos e rugosidades nas mamas", orienta a Dra. Viviane Monteiro.
A seguir, você confere um passo a passo indicado pela especialista:
1) Na frente do espelho, observe os seios com os braços caídos, levantados e dobrados atrás do pescoço e com as mãos na cintura, para verificar se existe alteração na superfície da mama;
2) Em pé, apalpe as mamas durante o banho, com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Coloque o braço atrás da cabeça, apalpe a mama em movimentos circulares que começam no mamilo e cobrem o seio, depois em linhas retas em direção ao mamilo e para cima e para baixo.
3) No final, pressione os mamilos suavemente e observe se existe saída de líquido;
4) Deitada, deve-se repetir os mesmos passos de palpação do item acima.
A prevenção ao câncer de mama tem também outros exames necessários para o check-up de rotina ginecológica. Além do autoexame, mamografia e ultrassom entram na lista.
"Recomenda-se que a mamografia seja feita uma vez a cada 2 anos, a partir dos 40 anos e anualmente nas mulheres a partir dos 50 anos. Nos casos com histórico familiar de câncer de mama, o exame deve ser realizado a partir dos 35 anos. Já a ultrassonografia, serve como um exame complementar à mamografia quando há suspeita de nódulos ou cistos em qualquer idade", explica a Dra. Viviane Monteiro.
Segundo a médica, especialistas afirmam que houve um atraso nos diagnósticos da doença no país nos primeiros dois anos da pandemia, por causa da baixa adesão das mulheres aos exames de rotina ginecológicos, como a mamografia.
A médica reforça que detectar precocemente o surgimento de um câncer pode aumentar as chances de cura em mais de 90%. "Por isso, não hesite e busque orientação médica ao menor sinal, especialmente no caso de mulheres com histórico familiar de câncer", indica.