Longe da televisão desde 2014, quando escreveu 'Em Família ', Manoel Carlos está aposentado em casa tratando do Mal de Parkinson. Conhecido por suas importantes novelas na Rede Globo, como 'Por Amor', 'Laços de Família ', 'Mulheres Apaixonadas' (reprisada recentemente no Vale a Pena Ver de Novo), 'História de Amor' (exibida até abril no Canal Viva), o autor foi homenageado em um episódio da série Tributo, realizada pelo Globoplay para celebrar a importantes de grandes nomes da teledramaturgia.
Julia Almeida, filha de Maneco e atriz, contou para a colunista Anna Luiza Santiago, do jornal O GLOBO, que o pai não foi convidado para dar um depoimento para o programa. "Ele não sabia que ia acontecer, não foi convidado. Foi uma surpresa porque foi no dia do aniversário. A gente ficou sabendo por terceiros. E aí fomos sabendo em pedaços", disse ela.
Além disso, ela enfatizou que dois grandes nomes das novelas do autor ficaram de fora, deixando-o bastante chateado. "Ele sentiu muita falta da Regina (Duarte) e do Zé (José Mayer) no documentário. Ele agradeceu a todos os amigos que ficou sabendo que participaram, mas ele não assistiu, foi decisão dele. Eu achei lindo, fiquei emocionada. Agradeci muito a todos", conta ela.
"Eu não sei há quanto tempo estava sendo gravado. Acho que ele teria topado [gravar um depoimento]. Teria pelo menos colocado o dedinho dele de alguma forma ali. Mas foi muito bem-feito", elogia.
A artista e empresária, que participou de diversas obras do pai, assumiu a produtora Boa Palavra, realizada pelo escritor, e tem organizado mais de sete mil caixas com histórias inéditas. Ela informa que todo material está sendo avaliado para continuar perpetuando o legado do novelista.
"Minha missão é reunir esses arquivos todos, não só os que já viram, porque tem muita coisa nova, e fazer com que a nova geração tenha acesso à marca do Manoel Carlos. Ele está deixando um legado muito importante para o nosso país, não só para a história da televisão brasileira, mas para todos nós", enfatiza.
Júlia também pensa em criar um documentário próprio a partir das obras, fotos, livros e sinopses do pai. "Meu pai ficou muito conhecido pelas novelas, mas tem muito mais por trás disso. Ele foi ator, diretor do Fantástico, produtor. Fez livros de poemas. Ele transitou por tudo até chegar a escritor de novelas. E aí tem, claro, o Manoel Carlos como pai, como amigo. O porquê de ser tão querido neste meio", afirma.