A morte misteriosa de Daniel Mastral, ex-satanista de 57 anos que deu o que falar por expor ameaças de morte sofridas quando decidiu abandonar a prática, tem gerado repercussão e muitas polêmicas. Depois de um amigo do escritor garantir que ele não tenha se suicidado, agora o irmão do teólogo opinou sobre o caso, indicando o contrário.
[ALERTA: este texto aborda assuntos como depressão e suicídio, o que pode ser gatilho para algumas pessoas. Caso se identifique, procure apoio no Centro Voluntário à Vida pelo telefone 188]
Laercio Agostinho Ferreira, irmão de Daniel Mastral, usou suas redes sociais para lamentar a morte do escritor brasileiro, dono do famoso livro 'Filho do Fogo' e que chegou a ser a instruído a fazer um ritual satânico envolvendo sacrifício humano.
Segundo Laercio, o teólogo teria cometido suicídio: "É com muita tristeza que venho informar que meu irmão, Daniel Mastral, veio a óbito nesta data, por ter se suicidado. Estamos super abalados com essa notícia".
Em outra postagem, ele destacou que arma encontrada no cenário da morte do escritor teria sido usada no ato: "Meu irmão Daniel Mastral, não suportando mais a dor, tirou a própria vida ontem no início da noite, desferindo um tiro com sua própria arma. Sendo via pública, Avenida Aquário, na Aldeia da Serra".
Nos últimos anos, a vida de Daniel Mastral foi marcada por verdadeiras tragédias envolvendo sua família. Em 2018, ele perdeu Mikhael, um filho de apenas 15 anos, para a depressão. Em 2021, a sua esposa Isabel Mastral, de 52 anos, morreu em decorrência de um infarto agudo do miocárdio que, segundo o ex-satanista, foi agravada devido a uma depressão pós-traumática depois da morte do filho do casal.
Na época, Daniel Mastral usou suas redes sociais para lamentar o ocorrido: "De repente, sem aviso, meu filho entrou em depressão. Uma doença devastadora que corrói a alma por dentro. Por ser uma enfermidade invisível, muitos acham 'frescura'. Porém, é um câncer na alma. Minha esposa também tinha. O último estágio da dor humana. Tratou por anos, até que entrou em remissão dos sintomas. Mas quando nosso príncipe adoeceu em 2 de maio de 2018, a sombra da depressão tornou a assombra-lá. Lutamos com todas as nossas forças".
"Fizemos de tudo, oramos por ele e com ele. Buscamos ajuda terapêutica e médica. Ele teve suporte medicamentoso, acolhimento familiar, muitas orações e todo nosso amor. Infelizmente perdemos a batalha em 22 de dezembro de 2018 quando o perdemos. Ficamos só eu e minha esposa. Ambos sendo tratados de depressão pós-traumática. Quando um estava abatido, o outro estendia a mão. Melhor serem dois do que um", completou.
"Porém, por razões que não compreendo, minha esposa foi tirada de mim. Ela estava bem e feliz! Porém, teve um rebaixamento (comum em quadros depressivos). Conversamos, oramos, colocamos um louvor. Ela queria dormir um pouco para 'esquecer a dor'. Tomou sedativos, porém leves e corriqueiros", completou ele, contando que ela sofreu uma parada cardíaca depois dos remédios.
"Vou tentar honrar meus compromissos e manter a mente ocupada... Mas agora, mais do que nunca, preciso de suas orações e também do 'colo'... de Deus e de vocês... Me sinto sozinho. A casa está silenciosa... Não tenho mais com quem comentar os programas de TV... Perder um filho é um pesadelo. Perder também a esposa é como o pior dos pesadelos [...] Este soldado que vos escreve está muito ferido, abatido. Mas, ainda não derrotado", concluiu na ocasião.