'Isso matou minha sogra, seu filho da put*': relembre acusação de assédio contra Datena, estopim da cadeirada em Marçal
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 10:42
Por Matheus Queiroz | Notícias dos famosos, TV e reality show
Jornalista por vocação, apaixonado por música, colecionador de CDs e neto perdido de Rita Lee.
A denúncia de assédio contra Datena ocorreu em 2019 e foi arquivada por falta de provas no mesmo ano.
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[ALERTA: o texto a seguir pode conter gatilhos para vítimas ou pessoas sensíveis a assuntos relacionados a assédio sexual]

"Isso matou a minha sogra, seu covarde, filho da puta": foi essa a frase repetida diversas vezes por José Luiz Datena após disparar uma cadeirada em Pablo Marçal durante o debate de candidatos à prefeitura de São Paulo, exibido pela TV Cultura neste domingo (15).

Pablo trouxe à tona as acusações de assédio sexual que Datena sofreu em 2019, por parte de uma ex-repórter do programa "Brasil Urgente". O caso foi arquivado no mesmo ano, mas o candidato afirmou que o apresentador "responde por assédio sexual". O ex-coach ainda usou a gíria "Jack", utilizada em presídios em referência a estupradores, para se referir ao jornalista.

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Mas, afinal, que denúncias recaíram sobre Datena? O caso se tornou público em janeiro de 2019, revelado primeiramente pelo portal Notícias da TV. A jornalista Bruna Drews protocolou uma representação no Ministério Público de São Paulo, onde afirmava ter sofrido assédio do apresentador em 07 de junho de 2018, durante uma confraternização de colegas de trabalho.

Segundo Bruna, Datena disse que ela não precisava emagrecer porque "era muito gostosa" e afirmou ter se masturbado pensando na repórter. "Eu já bati muita punheta pra você, você nem imagina o quanto. Eu batia punheta pra você antes e depois do programa", relatou a jornalista. Ele ainda teria dito que é "um desperdício" o fato de ela namorar uma mulher. "Não deve ter conhecido o homem certo", descreveu a denunciante.

A jornalista alegou que demorou meses para processar Datena porque teve uma crise de depressão e de pânico após o caso. No mês seguinte ao suposto assédio, Bruna entrou em licença médica. Ela também moveu uma ação contra a Band e acusou a emissora de ter sido conivente com o apresentador.

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Datena se pronunciou publicamente na época, negando todas as acusações. "Um dia, durante as gravações do quadro 'A Fuga', ela estava muito magra, passou mal e eu pedi para que ela fosse atendida. Na comemoração, repeti a ela que ela era muito bonita e que não precisava emagrecer, porque ela já era competente. Tirando isso, todo o resto é mentira, calúnia e delírio", disse ele.

O então contratado da Band ainda colocou em cheque a sanidade mental da jornalista. "Quando eu soube dessa mentira, em respeito à minha mulher, com quem sou casado há 41 anos, meus cinco filhos e seis netos, tomei minha providências jurídicas contra esta profissional, de quem espero que resolva seus problemas psicológicos, que são muito anteriores aos fatos que ela descreve, e outra forma que não seja tentar destruir pessoas que quiseram ajudá-la", completou.

JORNALISTA DESMENTIU ASSÉDIO DE DATENA, MAS VOLTOU ATRÁS: 'FUI INDUZIDA'

Em outubro de 2019, nove meses após o caso se tornar público, Bruna registrou em um cartório de São Bernardo do Campo, em São Paulo, uma retratação, onde diz ter mentido sobre as acusações de assédio contra Datena.

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"Tais fatos não condizem com realidade e nunca ocorreram, sendo que os vídeos dos programas ao vivo, juntados aos autos, não passaram de brincadeiras, consignando que não me senti constrangida com referidos eventos e aproveito a declaração para, também, pedir desculpas ao Senhor José Luiz Datena e sua família pelos transtornos causados, pretendendo que a presente retratação sirva para restabelecer qualquer dúvida em relação à sua idoneidade", diz um trecho da carta divulgada por Leo Dias, na época, colunista do UOL.

Dois dias depois, no entanto, Bruna afirmou ter sido "induzida" a produzir tal carta. "Fui induzida e mal orientada a assinar um documento que não condiz com a realidade. A verdade é que, inexplicavelmente, meu processo de assédio sexual contra o apresentador foi arquivado", disse ela.

A jornalista, que chegou a ser diagnosticada com estresse pós-traumático grave, disse que não tinha mais "condições físicas e psicológicas para encarar mais essa briga". "A situação se inverteu e acabei processada por calúnia e difamação, mas não tinha condições psicológicas e financeiras para encarar mais essa briga. Fui induzida a fazer um acordo. No entanto, não estava totalmente consciente das consequências cíveis e criminais de declarar fatos que não aconteceram", justificou.

Em 15 de julho de 2020, a sogra de Datena, dona Alzira, veio a óbito. O jornalista descobriu a notícia ao vivo, enquanto entrevistava o doutor Dráuzio Varella. Ele abandonou o programa e chamou a situação de "um momento inusitado em quase 50 anos de carreira". Segundo o apresentador, ela teve três AVCs.

Em conversa com jornalistas após a agressão ao ex-coach, onde reforçou não ter se arrependido da atitude, Datena voltou a atribuir a morte da sogra ao episódio. "Me senti agredido, vi a figura da minha sogra. Infelizmente, eu perdi a cabeça", declarou.

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