Léa Garcia teve seu corpo velado no Theatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro, neste sábado (19), horas após desembarcar vindo de Gramado (Rio Grande do Sul). Um dos maiores nomes da representatividade negra no país, a artista morreu no último dia 15 aos 90 anos algumas horas antes de ser homenageada no Festival de Cinema daquela cidade.
Esse é o segundo velório de uma atriz que o Theatro recebe em menos de 20 dias - no dia 8, Aracy Balabanian recebeu as últimas homenagens de fãs naquele local. Léa Garcia foi velada em um dos saguões por personalidades como Camila Pitanga e seu pai, Antonio Pitanga.
Sem segurar as lágrimas, a atriz afirmou: "Sou muito grata e quero honrar essa história e essa força. Muito obrigada, Léa". "Choro hoje, mas eu choro é de despedida, porque o legado dela está aí. Ela deixou uma história para que a gente possa seguir com dignidade, amor e paixão por esse país, e uma generosidade como ser humano", completou o ator.
Atualmente no elenco da novela "Fuzuê", o ator Déo Garcez foi outro artista a destacar o legado da veterana, cuja morte abalou a classe artística. "Ela tanto fez por todos nós, especialmente nós artistas pretos e pretas. Ela é pioneira, ela deixa esse legado desse pioneirismo por ter junto com tantos outros como o Ruth de Souza (morta em julho de 2019 aos 98 anos) e tantos outros negros, o próprio Edgar Nascimento, que foi marido dela, ela deixa esse legado, essa referência de resistência, de pioneirismo e por abrir portas para todos nós", frisou.
Na despedida, Marcelo, filho de Léa e que acompanhava a mãe na cidade gaúcha, foi consolado por amigos. A atriz será sepultada por volta das 15h30 no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul da cidade, após uma outra cerimônia de adeus, esta reservada.
Neste ano, além de Aracy e Léa, o mundo artístico perdeu nomes como Gloria Maria, Rita Lee e Antonio Pedro.