O mexicano Julián Ríos Cantú conviveu de perto com o câncer de mama. Em 2012, quando ele tinha 13 anos, sua mãe, Graciela Ríos, foi diagnosticada com tumores nos seios e, ao enfrentar a doença pela segunda vez, precisou fazer mastectomia, ou seja, retirada completa do tecido das mamas. "O tumor cresceu do tamanho de um grão de arroz para o de uma bola de golfe em menos de 6 meses. O diagnóstico foi feito muito tarde e minha mãe perdeu os dois seios, e por muito pouco não perdeu sua vida", conta o ex-estudante de Engenharia Física do Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, no México, em vídeo publicado no Youtube da Higia Technologies, empresa fundada e mantida por Julián junto de alguns desenvolvedores e investidores. A detecção precoce do câncer de mama aumenta as chances de tratamento e cura.
O drama vivenciado dentro de casa, no entanto, impulsionou Julián para desenvolver um produto com o objetivo de beneficiar às mulheres: em janeiro de 2016, iniciou a ideia de desenvolver um produto que reconhece anormalidades nas mamas. "EVA é o primeiro sutiã de sua espécie na história. Ele é equipado com sensores de tato, temperatura e luz. A mulher usa a EVA de 60 a 90 minutos na semana para monitorar periodicamente a saúde dos seios e, assim, dar um preciso diagnóstico sobre eles", explica Julián, premiado com R$ 20 mil para dar continuidade à iniciativa ao vencer o Global Student Entrepreneur Awards, que reconhece os grandes projetos desenvolvidos por estudantes. Vale alertar, no entanto, que o protótipo não substitui a mamografia e deve ser visto como um complemento ao exame preventivo, feito normalmente a partir dos 40 anos.
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Os sensores instalados no sutiã EVA conseguem fazer um mapeamento das mamas, já que o aparecimento de tumores podem alterar a temperatura, a textura, o formato e a coloração delas. Cada informação coletada pelo molde é enviado para os aplicativos de celular e web, conseguindo, então, fazer um diagnóstico semanal a respeito da saúde do tecido mamário analisado. O sutiã EVA pode ser usado por mulheres com idade a partir de 25 anos, não é invasivo e não causa qualquer tipo de dor à usuária, que não deve usá-lo como substituto dos autoexames e das consultas com médicas com especialistas. O protótipo do EVA que ainda está em fase desenvolvimento pela empresa Higía Technologies tem previsão de ser lançado no México no fim de 2019.
(Por Carol Borges)