É quase impossível olhar para Sérgio Hondjakof f e não lembrar de Cabeção. O ator deu vida ao marcante personagem por seis temporadas de "Malhação". Agora, ele volta à mídia novamente como Cabeção, mas, desta vez, na música. Longe da TV há 4 anos, o ator formou uma dupla de funk com o amigo Dino Boyer e, juntos, estão lançando a primeira música de trabalho: 'Basta Tocar o Tamborzão".
Em conversa com Purepeople, Sérgio conta que a opção por usar o nome do personagem foi natural. "Todo mundo me chama assim. Quem me reconhece, me chama de Cabeção", conta ele, que formou a dupla após um convite feito por Dino.
"Nós nos conhecemos há anos e eu sempre ia aos seus shows. Um dia, eu estava com muita vontade de cantar, subi ao palco e deu certo", relembra. "Não ia deixar ser apenas uma participação, né", brinca Dino Boyer.
Na infância, Sérgio chegou chegou a gravar um CD no extinto grupo "Terra Encantada" (de um parque de diversões que tinha no Rio de Janeiro), mas não levou a carreira de cantor adiante. "Fiz aula de canto na época e algumas peças musicais também. Mas, sempre que me apresentava, usava playback. Essa é a primeira vez que uso minha voz ao vivo", garante.
Aprovação
E, segundo o ator, agora cantor, o público não irá se decepcionar. "A gente gosta de cantar e, no final, fica bom. Temos uma sintonia bacana no palco. Cantar é difícil, mas não impossível porque tem alguns recursos. Também fica mais tranquilo cantar por 1 hora as músicas que você já conhece", avalia.
Quando solta a voz, Sérgio toma alguns cuidados. "Gosto de cantar bonitinho. Tenho medo de ficar zoando a música, como fazem alguns cantores de funk, e acabar com minhas cordas vocais", diz ele. "Mas levo a diversão do Cabeção para o palco. Na hora, me empolgo e isso lembra demais a energia do Cabeça".
Animado, ele conta que a primeira música de trabalho da dupla já foi aprovada. "É bem bonitinha e light. É um funk gostoso de se ouvir. Quando as meninas escutam, gostam", ressalta, completando que sua ida para o funk não foi à toa. "Sempre gostei. Quando tinha uns 10 anos, era fã do MC Marcinho. Comecei a gostar de MPB por causa do funk".
Carreira como ator
Os fãs de Sérgio como ator não precisam ficar preocupados. Segundo ele, a fase no funk não encerra sua carreira nas novelas. "Quero muito voltar a atuar só não estou sendo chamado para testes. Quero ser lembrado, estou disponível. Quero fazer testes e audições teatrais. Espero ter uma boa notícia em 2014", diz, esperançoso.
Sérgio acredita que seu afastamento da telinha tem ligação com seu jeito de ser. "Renovei meu cadastro na Globo, mas não fico cercando as pessoas. Não quero ser inconveniente, sabe? Não gosto de ser chato ou de ficar enchendo o saco dos outros", conta.
Hoje, aos 29 anos, ele diz se arrepender de algumas atitudes do passado. Após seis temporadas em "Malhação", o ator pediu para deixar a novelinha teen após um convite da direção para ficar por mais um ano. "Estava desmotivado porque não sabia como me inovar no programa. Queria me reciclar, mas hoje me arrependo disso. Deveria ter esperado mais para me aventurar".
Aprendizado com erros
Após "Malhação", ele foi fazer "Pé na Jaca" (2006), novela de Carlos Lombardi. "Não foi 100%. O personagem era para ser um garoto normal, mas, na festa de lançamento, o autor disse que ele viraria um bad boy ao longo da trama. Isso me deixou confuso, já tinha esquematizado um perfil e mudou tudo. Não consegui aproveitar a oportunidade", relembra.
Em 2009, migrou para a Record para atuar na novela "Bela, a Feia". "Só que a coisa também não fluiu por lá", assume. Sem contratos com emissora, Sérgio confessa que aceitaria voltar a atuar em "Malhação", por exemplo. Vale relembrar que Fernanda Souza, que no início dos anos 2000 interpretava sua namorada na novelinha, está de volta à atração, só que com outro papel.
Já Carolinie Figueiredo fará uma participação na atual trama como Domingas, personagem que viveu de 2007 a 2010. "Não teria problema em voltar, como Cabeção ou não. O que eu quero é atuar. Seria muito legal fazer 'Malhação' novamente. Na verdade, só de pisar no Projac, já seria muito legal".
(Por Anderson Dezan)