Com experiência em musicais como "Os Dez Mandamentos" e "Chacrinha", Bruna Pazinato vive atualmente a primeira protagonista da carreira na TV em seu segundo papel na telinha, na série bíblica "Lia", da Record TV. A gaúcha que estreou na teledramaturgia em "O Rico e Lázaro" (2017) interpreta a primeira mulher de Jacó (Felipe Cardoso) e mãe de sete dos seus 13 filhos. Em um plano do pai, a sofrida e órfã de mãe Lia assume o lugar da irmã, Raquel (Graziela Schmitt), com quem tem uma relação pouco harmoniosa, na noite de núpcias e depois se vê obrigada a dividir o marido, por quem é rejeitada, com a vilã e duas servas - Bila (Caca Otttoni) e Zilpa (Thais Muller). Para a também cantora, Raquel não odeia Lia, apesar de já ter sabotado um jantar preparado por ela, e apenas segue o que o pai delas, Labão (Theo Becker), ensinou. "Acredito que ela tem sim um afeto pela irmã, não sente nem inveja de Lia, mas um desprezo cultuado por toda a família", inicia.
Para a gaúcha que pela segunda vez vive irmã de Graziela Schmitt - em "O Rico e Lázaro" elas foram Rebeca e Dana -, Raquel se deixou contaminar pelo meio no qual cresceu. "Como ela foi criada nesse meio e vê todo mundo desprezando a Lia, não faz diferente", opina. "A Raquel acaba não tendo esse caráter e não conseguindo agir desta forma. Mas eu acredito muito, que no fundo do coração da Raquel, ela sente sim esse amor por ela", diz. Bruna conta ainda ter muito pouco em comum com sua protagonista. "Nós somos muito diferentes. Mas, tenho sim algumas semelhanças com ela. Ela é uma mulher que tem muita fé e que acredita muito que fazer o bem gera o bem e isso é uma característica minha também", explica. "Eu sigo a vida fazendo o bem e vivendo feliz com amor, alegria e dedicação, fazendo meu trabalho bem feito. E as coisas têm acontecido pra mim. Então, eu vejo muito essa semelhança entre nós, que é essa fé no futuro, de que se você continuar sendo uma pessoa do bem e vivendo com amor, as coisas veem e surgem pra você", completa a artista confirmada para o júri do "Canta Comigo", competição musical apresentada por Gugu Liberato e que estreia dia 18.
Com franqueza, admite já ter olhado torto sobre fazer televisão, mas mudou sua visão. "Eu tinha um pré-conceito em relação à TV. Achava que era algo industrial, que não tinha carinho com a arte. E fui surpreendida de uma maneira muito positiva, vendo que, muito pelo contrário, é um mergulho artístico onde a gente estuda da onde vem esse personagem e para onde ele vai, o que ele viveu e em que época, como eram os costume e tudo mais", enumera Bruna. "É um estudo tão incrível e é um abraço à arte, assim, de uma maneira muito rica. Foi muito enriquecedor", festeja a atriz e cantora.
A Nefertari da versão musical de "Os Dez Mandamentos", novela responsável por elevados índices de audiência, aponta o que diferencia fazer teatro de fazer televisão. "Para mim a grande diferença da TV e do teatro é que a TV você vive, você vivencia aquilo. No teatro você finge que vive, mas você vive ao mesmo tempo", aponta. "Minha primeira cena na televisão foi num acampamento à noite e era realmente um acampamento, realmente era de noite. Nós tínhamos tenda, tínhamos todos os utensílios da época, eu estava caracterizada, as pessoas me chamavam pelo nome da personagem e pra você embarcar nessa história e vivenciar aquele momento, viver algo que você nunca viveria na sua vida comum, é muito 'mais fácil'. Então, eu achei muito incrível, a televisão me conquistou de uma maneira muito positiva", exemplifica. "Já o teatro, tem seu charme incrível que é o publico, né? Que é o que falta na TV, no sentido de sentir esse publico ali com a gente o tempo todo e essa adrenalina de ter que fazer bem, fazer certo, e passar a mensagem que tem que passar em uma tentativa. Então, isso também é muito legal", compara. "Como artista, amo os dois nichos e ainda por cima tenho terceiro nicho que é palco de show, então, cantar para plateia, público, e levar alegria. Eu acredito muito que esse é o meu lugar. Eu sou uma artista e eu gosto de levar a arte ao povo. Então, quanto mais veículos a gente tiver pra isso, melhor e mais enriquecedor para o artista é", finaliza.
(Por Guilherme Guidorizzi)