[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a saúde mental. Caso a matéria desperte gatilhos ou você conheça alguém que precise de ajuda, procure o Centro de Valorização à Vida, disponível 24 horas pelo telefone 188, ou o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) mais próximo]
Ricardo Alexandre Mendes, viúvo de Walewska Oliveira , concedeu uma entrevista ao UOL e contou detalhes do dia que aconteceu a morte da ex-jogadora de vôlei. A atleta sofreu uma queda do 17º andar do prédio em que morava, em São Paulo, e a investigação trabalha com a hipótese de suicidio.
No boletim de ocorrência, Ricardo já havia relatado que o casal enfrentava uma crise há quatro anos. Ao UOL, o viúvo disse que Walewska e ele tiveram uma pequena discussão sobre o relacionamento, mas garante que não houve agressão nem ameaças, e que a conversa não "fugiu do aceitável entre um casal".
"Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa", diz Ricardo, que ainda completa: "Convivemos por 20 anos, mas nos últimos dois não era mais o mesmo amor. Muitas vezes me anulei, mas fiz por ela".
Ainda em entrevista ao UOL, Ricardo relembrou a primeira tentativa de suicidio de Walewska há 3 anos, algo que também havia sido revelado no boletim de ocorrência.
"Ela nunca disse que tiraria a própria vida. Ela me disse que estava passando por muitas coisas na vida dela, que até pensou em 'fazer uma besteira'. Foi aí que percebi que ela já não estava tão forte como sempre foi", relata Ricardo.
Na ocasião, ele afirma que reuniu os pais de Walewska para falar sobre a preocupação com a saúde mental da esposa, mas ela não teria ficado contente com a exposição. "Me lembro da Wal ter ficado brava e chateada comigo, e que eu não tinha o direito de falar sobre isso com os pais dela. Eu não tive alternativa", diz Ricardo.
Por fim, Ricardo diz que não imagina o gatilho que resultou na tragédia, mas admite que sempre se preocupou com a reação da esposa em relação ao pedido de divórcio. "Uma vez ela disse para mim: posso perder dinheiro, posso perder status, mas não posso perder você. Esse poder de posse sempre me preocupou. Por isso, de uns três anos pra cá, sempre tive compaixão e cuidado, justamente preocupado com a reação dela. Tentei levar e administrar a crise", contou.