Paola Carosella tem conquistado o Brasil como a jurada durona do "MasterChef Brasil", mas também se destaca na TV por sua elegência e estilo. Nas redes sociais, a chef também agita os internautas com seus foras, mas sem perder o charme. Aos 42 anos, e com planos de abrir um restaurante no Rio de Janeiro em sociedade com Benny Goldenberg, do Mangiare, ela que tem tem sido "recebida como se fosse a Xuxa" e falou ao caderno "Ela", do jornal "O Globo", como tem sido a vida após o "boom" do reality culinário.
"Estaria mentindo se falasse que o sucesso na TV não ajudou. A exposição é grande. Mas encaro essas pessoas que vêm pela primeira vez só para ir ao 'restaurante da Paola' como clientes. O desafio é que venham uma segunda vez", disse Paola, que procura andar "um pouco escondida na rua".
A fama também lhe proporcionou convites inesperados. Assumindo não fazer dieta, mas diz que se come duas empanadas no almoço, toma sopa no jantar, a argentina que já foi comparada com a Dona Hermínia, personagem de Paulo Gustavo, recebeu um convite para posar nua, mas recusou. "Sou uma mera cozinheira", afirmou.
Chef renomada busca vida simples
Nascida em uma família de classe média baixa, de imigrantes italianos, na periferia de Buenos Aires, seu pai era maníaco-depressivo e vivia internado. Filha única, a cozinheira precisou se virar com a mãe que se divorciou do pai de Paola quando ela era pequena. "Fomos sempre nós duas mesmo. Nos mudamos para Buenos Aires, minha mãe foi fazer faculdade de Direito. Nossa vida foi bem difícil, melhorando aos poucos", contou.
Com 18 anos, foi trabalhar como secretária e o patrão, quando soube que cozinhava bem, a convidou para preparar os almoços da empresa. Através disso, conseguiu outros empregos. Em 1992, sua mãe lhe deu uma viagem para Paris onde estagiou por 6 meses, e cinco anos depois estava no importante grupo de Francis Mallman na Argentina, onde fez carreira até chegar a São Paulo com quatro malas.
Fenômeno, prefere conservar uma vida simples ao lado da filha de 4 anos e do namorado inglês, Jason Lowe, prestigiado fotógrafo de gastronomia, com quem em breve lançará um livro contando sua trajetória. O casal mantém um namoro a distância e pretendem comprar uma casa: "Vamos ver no que isso vai dar".
Como sua carreira começou no Brasil
Em dezembro de 2011, ela passava uma temporada no país para ajudar o patrão, Francis Mallmann, a montar o restaurante Figueira Rubaiyat. Sua mãe havia morrido há pouco tempo e tinha deixado uma herança de US$ 170 mil, mas o dinheiro estava num banco de Buenos Aires. Até que um dia a gerente ligou perguntando se ela queria aplicar a quantia em um fundo. Ela ligou para um amigo que trabalhava no mercado financeiro em Nova York.
"Ele me mandou tirar imediatamente a grana de lá. Mandei tudo o que eu tinha para os Estados Unidos. Um dia antes do Corralito (foi estabelecido, na Argentina, para evitar e interromper a retirada de depósitos em contas correntes e poupanças, que seriam trocados por dólares ou transferidos diretamente para o exterior)! Você imagina, eu perderia todo o dinheiro", disse.
Então, a chef que deu um estágio para o ex-concorrente Lucas, vendeu uma casa da mãe, o carro, doou móveis e roupas e se mudou para São Paulo. Atualmente, a chef de bom coração que consolou Cristiano em sua eliminação é dona do Arturito, em Pinheiros, e de dois cafés La Guapa, um deles dentro da Livraria da Vila dos Jardins, onde vende as mais famosas empanadas de São Paulo
(Por Ana Carolina Brito)